Com um crescimento de 5,3% na safra 2008/2009, o cultivo de variedades transgênicas de soja, algodão e milho responde hoje, respectivamente, por 63,9%, 19,7% e 10,4% das colheitas dessas lavouras no Brasil.
Apesar de o incremento ter sido menor que os 9,4% mundiais, conforme os dados divulgados ontem pela ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia), ele foi suficiente para manter o Brasil em terceiro lugar no ranking das maiores áreas com culturas transgênicas. São 15,8 milhões de hectares com essas variedades no país. Nos Estados Unidos, são 62,5 milhões. Na Argentina, 21 milhões.
No primeiro ano com plantio de milho transgênico no Brasil, a adoção só não foi maior do que os 10,4% por causa de um atraso na liberação da produção das sementes, embargada na Justiça Federal do Paraná em 2007, diz Anderson Galvão, presidente da ISAAA.
Galvão disse não acreditar que a crise de crédito e a descapitalização do agricultor vão atrapalhar o crescimento do uso de variedades geneticamente modificadas. "Temos percebido que em momentos de crise, o agricultor usa a tecnologia que traz mais benefícios."
Para ele, a ampliação da lavoura transgênica se fará agora por sementes combinando genes de resistência a herbicidas e a insetos.
(Por Vanessa Correa,
Folha de S. Paulo, 12/02/2009)