Três refinarias da Petrobras já foram escolhidas para receber os primeiros equipamentos para a produção de diesel com menor teor de enxofre no país. Segundo apurou o Valor, as unidades instaladas nos municípios de Belo Horizonte (MG), São José dos Campos (SP) e Duque de Caxias (RJ) fazem parte do plano da empresa para começar a produzir dois tipos de diesel considerados "mais limpos", com 50 e 10 partículas por milhão (ppm). Atualmente, cerca de 70% do diesel consumido no Brasil contém 1.800 ppm.
Em janeiro, quando fez o primeiro balanço do fornecimento do diesel S 50 (com 50 ppm) para os ônibus metropolitanos de São Paulo e Rio, a estatal ainda não havia definido uma data para o início da produção dos dois tipos de diesel, ambos com menor teor de enxofre.
No caso do S 50, até o fim do ano passado, a etapa 6 do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) determinava o fornecimento ao menos para a frota fabricada a partir deste ano, mas o atraso da especificação do combustível pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) resultou em um acordo para a prorrogação do prazo. O fornecimento para os ônibus metropolitanos faz parte de uma série de compensações acordadas entre Petrobras, Ministério Público Federal, Anfavea, Ibama e ANP.
As refinarias de Belo Horizonte (Regap), São José dos Campos (Revap) e de Duque de Caxias (Reduc) deverão receber nos próximos dias parte dos equipamentos necessários para a instalação das unidades de hidrotratamentos, tecnologia necessária para a produção dos tipos de diesel S 10 e S 50. Procurada, a Petrobras não quis se pronunciar sobre o assunto.
Antes da publicação do plano de negócios da Petrobras para os próximos cinco anos, o investimento previsto para a melhoria de combustíveis era de US$ 8,6 bilhões. Já no site da companhia, a informação é de que até 2013 os investimentos na melhoria do diesel vão totalizar US$ 6 bilhões.
Durante o balanço realizado em janeiro, o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a estatal deveria aplicar outros US$ 2 bilhões para o fornecimento do diesel S 10, mas o investimento não foi confirmado.
Hoje, no Rio, Costa falará sobre o assunto durante coletiva de imprensa organizada para detalhar o plano de negócios para a área de abastecimento nos próximos cinco anos.
(Por Guilherme Manechini,
Valor Econômico, 12/02/2009)