A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) anunciou ontem a instalação de dois novos equipamentos analisadores de material particulado em Porto Alegre. Com a colocação em funcionamento dos aparelhos nesta semana, a prefeitura começa a reforçar o controle da qualidade do ar na Capital.
Um deles fica no cruzamento das avenidas Salgado Filho e Borges de Medeiros, no Centro. O outro estará na Estação Azenha, na praça Princesa Isabel. "Serão os primeiros em operação na cidade. As medições podem ser acompanhadas pelos técnicos de hora em hora. Mas ainda não definimos com que periodicidade os resultados serão divulgados. Estamos estudando a possibilidade de colocarmos os dados na internet, em uma parceria com a Procempa", destaca o titular da Smam, Professor Garcia.
Os equipamentos servem para analisar a quantidade de partículas inaláveis dispersas na atmosfera. Originadas, principalmente, no transporte veicular, elas podem atingir os alvéolos pulmonares causando diversos problemas respiratórios. O custo dos aparelhos produzidos na Suécia, adquiridos através do Fundo Municipal Pró-Defesa do Meio Ambiente, é de cerca de R$ 274 mil.
A iniciativa é importante, já que uma pesquisa recente, encomendada pelo Ministério do Meio Ambiente, colocou Porto Alegre como uma das capitais mais poluídas do Brasil (no que diz respeito às partículas inaláveis), ficando atrás apenas de São Paulo. "Os índices encontrados aqui estão 120% acima do que recomenda a Organização Mundial da Saúde", relata Fabiano da Fontoura, engenheiro químico da Smam.
Para combater a poluição atmosférica causada pelos veículos, a prefeitura aposta em três ações. A primeira deve começar em março. "Vamos iniciar o monitoramento dos ônibus nas próprias empresas. Com esse controle in loco, quem estiver irregular nem poderá sair da garagem", explica Garcia.
Outro foco é fiscalizar o cumprimento do decreto que determina a obrigatoriedade do escapamento vertical no transporte coletivo da Capital. "Antes valia apenas para os ônibus municipais. Agora foi ampliado também para os veículos da Região Metropolitana que ingressam na Capital", conta Fontoura. Ainda não está definido o valor da multa para quem descumprir a legislação. Mas o secretário garante que não será baixo. "Se não surtir efeito no bolso, não adianta", avisa o titular da Smam.
Por fim, a esperança é de que a redução de enxofre no combustível dos ônibus também vá melhorar a qualidade do ar em Porto Alegre. "A nova lei do diesel metropolitano começa a valer em 2010", adianta Garcia.
(Jornal do Comércio, 11/02/2009)