Dentro de 15 dias, em Buenos Aires, realiza-se uma reunião definitiva entre o governo argentino, YPF, Camesa e a AES para o restabelecer o funcionamento da Usina Termelétrica Uruguaiana. Depois do encontro deverá ser assinado um acordo entre representantes do Brasil e da Argentina para garantir a reativação dos serviços. A expectativa do acerto foi manifestada na mahã desta terça-feira (10/02) pelo ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, ao deputado Frederico Antunes, durante audiência em Brasília.
O complexo paralisou as atividades em setembro, em consequência da interrupção no abastecimento de gás por parte dos argentinos. Segundo Antunes, pelo acordo, a Argentina asseguraria o fornecimento de gás no período de outubro a abril, num total de 1,2 milhão de metros cúbicos por dia suficientes para a geração de 300 megawatz, metade da capacidade da usina. O acerto seria reiterado anualmente, sem limite de renovações. "A reunião com representantes argentinos e do Ministério das Minas e Energia do Brasil deverá sacramentar o acerto definitivo", acrescentou o deputado.
Pelo acordo, o governo argentino arcaria com as despesas relativas ao pagamento de impostos. Frederico Antunes destacou ainda a inconformidade com a demora nas negociações, já que o assunto vinha sendo empurrado com a barriga a mais de um ano. "Trata-se de um assunto fundamental para a região e para o Rio Grande do Sul. Por isso não se explica a falta de agilidade na busca de alternativas", reforçou.
O prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice, aguarda com expectativa as negociações com a Argentina. Ele advertiu que o encerramento definitivo das atividades da usina térmica causaria impacto negativo em diversos setores. "Haverá prejuízos sociais e econômicos, não apenas para o nosso município, mas para toda a região da Fronteira Oeste", acrescentou.
Durante a audiência desta manhã, o ministro Edison Lobão confirmou para 15 de março a realização de leilão específico para a compra de energia eólica por parte do Governo Federal. A oferta poderá viabilizar o conjunto de parques eólicos previstos para a Fronteira Oeste e Metade Sul.
Um dos participantes do leilão será o Grupo Fortuny que pretende colocar três projetos de parques eólicos a serem construídos em Jaguarão, Santana do Livramento e Piratini. As três usinas eólicas terão capacidade para gerar até 223 MW – cerca de 6% da demanda média de energia do Rio Grande do Sul. O investimento nestes três complexos é estimado em aproximadamente US$ 500 milhões.
(Por Cristiano Guerra, Agência de Notícias AL-RS, 10/02/2009)