A coleta e o destino inadequados do lixo produzido nas áreas urbanas, um dos principais problemas ambientais do país, também preocupa os administradores de Manaquiri, no interior do Amazonas. A questão é um dos focos principais da Operação Centro-Norte, que está sendo realizada no município pelo Ministério da Defesa, por meio do Projeto Rondon.
Desde o início deste mês, uma equipe do rondonistas desenvolve na região ações nas áreas de meio ambiente, gestão pública, direitos humanos, educação, saúde e trabalho. São 12 universitários e quatro professores de instituições de ensino superior da região Sul. Eles ficam na região até o dia 15.
“Elaboramos um plano de trabalho para desenvolver na comunidade. A primeira ação foi uma conversa com as autoridades locais, seguida pelo diagnóstico da situação e do problema do lixo, que já havia sido sinalizado por um professor que veio ao município antes de nossa equipe”, disse o professor Joanes Vinaga, da União de Ensino do Sudoeste do Paraná (Unisep).
Segundo Vinaga, que também é secretário do Meio Ambiente em Francisco Beltrão, no Paraná, atualmente, o destino final dos resíduos em Manaquiri é um lixão a céu aberto. Por causa do grave problema identificado, o grupo de rondonistas prepara um plano de ação sanitária para encaminhar à prefeitura da cidade.
“Trata-se de um problema de saúde pública. No lixão a céu aberto, identificamos vários problemas, como a proliferação de mosquitos vetores de doenças e a contaminação das águas dos rios. Vamos deixar um plano de ação para ajudar o município a superar essa dificuldade, sobretudo com a implantação de um aterro sanitário para tratamento adequado desses resíduos”, afirmou o professor, em entrevista à Agência Brasil. Vinaga espera que o plano dê resultado num curto espaço de tempo.
Os rondonistas, que iniciaram suas atividades em 23 de janeiro, já atuaram em Santarém, no Pará, e em Brasília. A conclusão das ações será no dia 15 de fevereiro em Manaus e Boa Vista. Para os estudantes, trata-se de uma experiência única, porque permite unir teoria e prática para solução dos problemas identificados.
Adir Silvério, que cursa o 5º período de Engenharia Ambiental na Unisep, por exemplo, disse que o que mais chamou sua atenção em Manaquiri foi a má distribuição do lixo. Para ele, faltam na cidade fossas sépticas (onde o lixo entra em decomposição) e sumidouros (local onde os resíduos devem ser absorvidos pelo solo). Alunos e professores, contudo, esperam deixar a educação ambiental como principal lição para os quase 20 mil habitantes do município.
As características do solo, que é bastante úmido, devido à presença de água, dificultam a destinação dos resíduos, afirmou Adir. “Ainda assim, para resolver o problema do esgoto na cidade, precisaria, além da fossa e do sumidouro, de sistema de coleta e estação de tratamento. É isso que vamos sugerir no relatório que estamos fazendo.”
O vice-prefeito de Manaquiri, Nei Reis, disse que a ajuda técnica do Projeto Rondon é bem-vinda. Ele reconheceu a necessidade de construir um aterro sanitário local. “O lixo é um dos nossos principais problemas. As orientações técnicas do relatório que vamos receber serão muito úteis para que possamos tomar a providência necessária para [resolver] esse problema”.
(Por Amanda Mota,
Agência Brasil, 10/02/2009)