A empresa Ibrata Mineração LTDA, responsável por aterrar parte do alagado no sopé do Mestre Álvaro, na Serra, tem 30 para apresentar um plano de retirada dos entulhos jogados na região. A informação foi dada pelo secretário de Meio Ambiente da Serra, Cláudio Denicoli, ao ambientalista Edson Reis, responsável pela denúncia sobre o aterro.
Segundo Edson, que é do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), a Ibrata vinha descumprindo o embargo das obras, e na última semana, os caminhões de areia continuavam aterrando a região. Diante do alerta feito pelo ambientalista, o secretário esteve no local e informou sobre o plano para a retirada dos entulhos na região. “Vamos ficar em cima”, garantiu Edson.
As obras do aterro estavam destruindo a área de alagado no sopé do Mestre Álvaro, há cerca de um mês. Mesmo já tendo sofrido um embargo da prefeitura, caminhões podiam ser visto movimentando a areia e dando continuidade à degradação. O fato voltou a ser denunciado e a fiscalização da prefeitura da Serra esteve no local, mas a empresa se antecipou e caminhões já haviam sido retirados.
Além de manter as obras, a empresa chegou a se recusar a receber o ofício que pedia a paralisação das obras, e entrou com um recurso contra o embargo, mas o processo ainda não foi julgado, como informa a prefeitura.
Com o aterro, parte da área de alagado no sopé do Mestre Álvaro quase desapareceu. A área do sopé faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro Mestre Álvaro, com grande valor ambiental, paisagístico e histórico.
O Mestre Álvaro é um dos monumentos naturais mais importantes da Serra. Com seus 833 metros de altura, é considerado uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira e abriga uma das últimas áreas de mata atlântica de altitude do Estado. O governo do Estado, em 1977, criou o Parque Florestal e a Reserva Ecológica Mestre Álvaro.
O parque compreende uma área aproximada de 3.470 hectares, estando assegurada por lei a proteção integral da fauna, da flora e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turismo responsável.
(Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 10/02/2009)