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manejo florestal áreas verdes
2009-02-11

A engenheira agrônoma da Unicamp, Dionete Santin, pertencente ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam), foi convidada pela Prefeitura Municipal de Campinas para refazer o seu mapa de áreas verdes. Este trabalho, que envolverá visita de campo, imagens de satélites e fotografias aéreas, foi a pesquisa de doutorado de Dionete defendida em 1999, na qual abordava a vegetação remanescente da cidade.

Caberá agora à ela observar novamente o que permanece, o que mudou e os acréscimos que ocorreram ao longo destes dez anos. O contrato para pôr em execução a tarefa foi assinado pela Prefeitura na última semana de 2008 em parceria com a Unicamp. Entretanto, a atualização do mapa, prevista para seis meses, poderá ir um pouco além, segundo a pesquisadora, por conta do mau tempo.

O diagnóstico caminha para apontar onde o município terá que atuar para atender a recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU) de garantir qualidade de vida às pessoas. A ONU estabelece no mínimo 12 metros quadrados de áreas verdes por habitante. Campinas deve ter hoje pouco mais da metade apenas.

Ter investigado a vegetação remanescente do município foi um tema que logo chamou a atenção das autoridades locais da década de 90 e do orientador da tese, já falecido, professor Hermógenes Leitão, campineiro de nascimento e um apaixonado pela natureza. “Tudo foi feito com vistas ao aproveitamento deste conteúdo pelo município”, conta Dionete. "Na época, porém, sentimos dificuldade na aplicação de um método científico para que os resultados fossem melhor apurados tanto em termos quantitativos quanto qualitativos, isso sem falar na pouca acurácia das imagens de satélites. Hoje a situação melhorou. “Conseguimos apontar o quanto isso era importante e necessário”, comenta. “Ainda assim aquela primeira pesquisa trouxe importantes contribuições e definições às áreas de potencial para parques e bosques.”

Dionete revela que procurou mapear fragmentos de vegetação nativa que tinham estrutura e fisionomia da vegetação remanescente. “Procuramos responder se existia vegetação de Cerrado, formação constituída por uma gradação de fisionomias, desde o Cerradão (aparência mais florestal), o Cerrado propriamente dito e o Campo Cerrado (limpo e sujo). “No campo limpo, queríamos ver se havia um trecho de remanescente das ‘campinas’, termo que deu origem ao nome da cidade, derivado das Campinas do Mato Grosso e que era composto predominantemente por campim barba-de-bode. E lamentavelmente constatamos que elas tinham sido de fato extintas da região.” O estudo resultou numa citação inédita – sobre a formação rupestre dos lajedos rochosos. Até então, relata ela, os trabalhos do município nunca tinham atentado para eles. Nas regiões de Souzas e de Joaquim Egídio, foram encontrados cactos e bromélias, por exemplo.

O mapa de 1999 envolveu uma longa dedicação. Dionete, que patrocinou o próprio trabalho, com a ajuda de bolsistas (CNPq, SAE e Fundação MB), visitou todas as matas de Campinas. Foram apontados 197 fragmentos na época, sendo os maiores e mais significativos o Ribeirão Cachoeira, em Sousas, e a Mata Santa Genebra. A empreitada, no entanto, mostrou o estado de penúria da vegetação de Campinas. Esse projeto, comenta, não contemplou as capoeiras. Mas, dez anos depois, a nova avaliação poderá constatar a evolução da sua estrutura, que naquele momento não era expressiva.

Descoberta no campo

A equipe colocava no mapa de áreas verdes os fragmentos e ia a campo para ver se eles tinham valor florístico. Foi aí que enxergaram uma árvore que parecia a ‘perobinha’ (Aspidosperma riedelii).
“Foi uma grande descoberta para nós, pois por 50 anos imaginava-se extinta. E ela foi reproduzida e reintroduzida na natureza, primeiramente no Distrito de Joaquim Egídio”, diz. Dionete recorda que a Unicamp também possui um exemplar na Feagri.

A pesquisadora explica que a identificação de plantas exige coleta e comparação com outras dos herbários e, não logrando êxito, realiza-se consulta a especialistas que são referenciais na área. Os resultados podem servir de indicativo para o restauro ecológico dos fragmentos isolados. O objetivo é conectá-los novamente para que permitam à fauna se movimentar de um lado para outro promovendo a dispersão de propágulos e atuando na conservação da biodiversidade.

Mais atividades

Atualmente, Dionete  é executira de um convênio com a Refinaria de Paulínia (Replan). Trata-se de um plano de manejo para as áreas verdes que aborda os 900 ha da maior refinaria do Brasil, incluindo o parque industrial. A engenheira agrônoma desenvolve um estudo florístico à beira da Mata do Rio Atibaia e seus afluentes, que estão presentes dentro da Refinaria. tem o intuito de fazer a recomposição da mata ciliar conforme já tem sido feito no trecho do Rio Jaguari, dentro de seus domínios. Esse tipo de mata é uma faixa que existe na margem dos rios, córregos, e nascentes, perenes ou intermitentes. Apresenta 30 metros de largura em cursos d´água de até 10 metros de largura, 50 metros ao redor de nascentes, e assim sucessivamente, conforme definido no Código Florestal.

No mesmo compasso, a pesquisadora empresta a sua experiência para a construção de um parque botânico em Campinas, na região sul da cidade, num complexo urbanístico em execução. Ali serão criados módulos das formações que foram apontadas na tese de doutorado de Dionete. Os módulos a serem inseridos serão de mata de brejo, floresta, formação rupestre e cerrado, incluindo as campinas. Além disso, muitos exemplares de espécies ameaçadas de extinção que têm sido reproduzidos por ela própria.

(Por Isabel Gardenal, Unicamp, 10/02/2009)


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