Cerca de 50% da população de Chapecó está enfrentando problemas com o abastecimento de água nos últimos dias. Os locais mais atingidos são as partes altas dos bairros Esplanada, Jardim América, Bela Vista, Universitário, Passo dos Fortes e Vila Real. Patrícia da Luz, moradora da Vila Real, está com um monte de roupas acumuladas para lavar.
— O problema começou há sete dias mas ficou mais grave desde sexta-feira — disse.
Antes a água durava até o final da manhã. Nesta segunda-feira, eram sete horas quando terminou a água. Às vezes não dá nem tempo de tomar banho. Sua mãe, Roseli Tormen, ficou acordada até a 1h para ver se conseguia acumular um pouco de água. Foi dormir com a torneira seca. Pela manhã, conseguiu acumular um pouco no tanque para lavar algumas roupas, de maior necessidade. Com a mesma água, tirou a poeira do chão da casa.
O superintendente regional de negócios da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) no Oeste, Paulo Christ, informou que houve uma redução no tratamento de água, de 430 litros por segundo para 380 litros por segundo. O motivo é que a falta de chuva e o excesso de luminosidade causaram a proliferação de algas denominadas filamentosas. Apesar do pequeno porte, que dificulta a visibilidade a olho nu, as algas em grande quantidade acabam entupindo os filtros da estação de tratamento.
Segundo um dos operadores da estação, Milton Pegoraro, a limpeza que era feita a cada 30 horas agora é feita a cada 10 horas. Para limpar cada um dos sete filtros são necessários 100 mil litros de água tratada. É água que deixa de ir para as torneiras da população. No entanto a Casan garante que a qualidade da água não está sendo afetada.
A Casan informou que está manobrando registro para distribuir de forma equilibrada a água, mas há dificuldade de abastecer as regiões mais altas. A alternativa no momento é economizar até que ocorra um chuva de grande porte, que faça transbordar a barragem do Engenho Braun, no Lajeado São José, que abastece a cidade. Isso diluiria a presença das algas.
Em fevereiro, choveu apenas 12 milímetros, segundo o observador meteorológico da Epagri, Francisco Schervinski. Está difícil atingir a média do mês, que é de 186 milímetros.
(Por Darci Debona,
Diário Catarinense, 10/02/2009)