Recanto das Emas, Paranoá, Ceilândia, Samambaia, Vila Estrutural e as Colônias Agrícolas Vicente Pires e Samambaia são as áreas do Distrito Federal mais propensas a sofrerem estrados durante o período chuvoso.
A conclusão é de uma pesquisa da geógrafa Rauqel Barreto. O estudo de mestrado na Universidade de Brasília (UnB) durou dois anos e identificou os 28 pontos mais suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas.
Nesses pontos o principal motivo dos alagamentos são a falta de rede de águas pluviais, obstrução de bocas de lobo (quando tem) e localização em terrenos íngremes.
Segundo a geógrafa, além desses locais apresentarem menos infra-estrutura para drenar a água, as casas também são construídas de forma precária. “Nessas áreas, tem mais pavimentação do que área verde. Isso dificulta a infiltração da água no solo”, explicou Raquel.
Para ela, o ideal seria as pessoas não ocuparem essas áreas consideradas impróprias para habitação. “Essa seria a primeira opção. Como as pessoas já moram nesses lugares, a segunda opção seria melhorar a infra-estrutura, além de colocar captação de água pluvial e providenciar área com gramado e vegetação”, disse.
Em seu projeto, Raquel analisou o período de 2004 e 2005. Além da falta de área verde e infra-estrutura, a pesquisadora constatou que a declividade do terreno é fator determinante para que ocorram desabamentos, deslizamentos e erosões. A falta de planejamento nessas cidades também colabora para que as consequencias das chuvas sejam desastrosas.
O Distrito Federal poderia sofrer enchentes como as que devastaram cidades de Santa Catarina no final de 2008 e em Minas Gerais no início deste ano, segundo a geógrafa. “Se no Centro Oeste chovesse tanto quanto nas regiões sul e sudeste, acredito que os desastres seriam parecidos”, alegou.
De acordo com resultados da pesquisa, outros pontos do DF também podem sofrer com os efeitos das chuvas, contudo em menor intensidade. São eles: Riacho Fundo II, o Plano Piloto, Cruzeiro, Octogonal e Sudoeste.
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Correio Braziliense, 09/02/2009)