O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), José Bortoli de Azambuja, afirma que além de construir açudes, governo estadual precisa viabilizar irrigação com financiamento para os agricultores. Irrigação é alternativa viável à estiagem e pode aumentar até em três vezes a produtividade do milho.
Uma política de irrigação não se limita somente à construção de açudes. O presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio Grande do Sul (Senge-RS), José Bortoli de Azambuja, analisa que é necessário que o governo estadual ajude a financiar os agricultores para que a água armazenada seja distribuída nas lavouras.
O engenheiro lembra que durante o governo de Pedro Simon foi implementado um programa similar ao da governadora Yeda Crusius. No entanto, como a irrigação não foi complementada, muitos agricultores, principalmente familiares, não conseguiram levar a água até a propriedade. Azambuja está preocupado que, até o momento, o atual programa de irrigação não tenha abordado a questão do financiamento, limitando-se à construção dos microaçudes.
“Mas é preciso também ampliar um pouco essa política no sentido de instrumentalizar via crédito ou outros apoios que o governo do Estado possa dar. Principalmente aos médios e pequenos agricultores, que são mais carentes”, diz.
Azambuja afirma que a irrigação eleva a produtividade das culturas. Ele utiliza o exemplo do cultivo de arroz, que no estado é irrigado, diferentemente do restante do país. Atualmente, a produtividade da cultura é em torno de 7 mil kg/ ha. No plantio de milho, bastante afetado pela estiagem, o engenheiro estima que a irrigação poderia aumentar em até três vezes a produtividade. A média estadual está em 3,7 mil kg/ha.
Embora a tecnologia da irrigação seja cara, o engenheiro aponta alternativas mais baratas para o pequeno agricultor, como a aspersão. Para a fruticultura e horticultura, pode ser utilizada também a técnica do gotejamento.
Recentemente, o governo estadual divulgou balanço do Pró-Irrigação em que estima a construção de 8 mil açudes e cisternas. Em dois anos de vigência da Secretaria Extraordinária de Irrigação e Usos Múltiplos da Água, foram construídos 600 microaçudes. No entanto, o programa não cita formas de financiamento aos agricultores. Camponeses estimam perda de 80% no milho e 90% no feijão nas regiões Norte e Noroeste do estado devido à estiagem.
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Agência Chasque, 10/02/2009)