Mais de 800 mil paraibanos ainda não têm direito à água tratada em casa. Segundo o Ministério das Cidades, 22% da população da Paraíba vive em residências sem rede de água. De acordo com a Cagepa, 42 dos 223 municípios do Estado ainda não recebem o serviço de abastecimento de água.
São famílias que convivem de inverno a verão com a insegurança hídrica, bebendo água contaminada de barreiros, poços e cisternas sem tratamento e sendo abastecidas por carros-pipa. São famílias que convivem com um volume mínimo de água (somente 15 litros por dia) para beber, lavar e cozinhar. Para se ter idéia, em João Pessoa, a média de consumo é de 150 e 230 litros, por dia, por pessoa.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) “as normas internacionais estabelecidas por agências como Organização Mundial da Saúde (OMS) e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sugerem o mínimo de 20 litros de água por dia, por pessoa, de uma fonte segura a pelo menos um quilômetro do domicílio”.
No município de Quixaba, no Sertão, cada família vive com apenas duas latas de água potável por dia, aproximadamente 15 litros. Em Assunção, uma lata de água pode custar R$ 2,00, mas os moradores não podem pagar e arriscam a saúde bebendo água sem tratamento adequado.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Quixaba (928/por 10 mil) e Assunção (815) estão entre os 20 municípios da Paraíba que possuem as maiores taxas de incidência de Doenças Diarréias Agudas (DDA), ocasionadas, principalmente, pela água e alimentos contaminados. A estimativa média de incidência do Estado é de 382.
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Portal Correio, 09/02/2009)