A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos fez história nesta sexta-feira (06/02) aprovando o primeiro medicamento feito de animais geneticamente modificados, abrindo espaço para uma nova classe de terapias médicas.
A GTC Biotherapeutics disse que os reguladores autorizaram o remédio Atryn, que é feito usando o leite de cabra cientificamente alterado para produzir antitrombina extra, uma proteína que age como um afinador natural do sangue.
A aprovação do medicamento pode ser o primeiro passo em direção a novos tipos de remédios feitos não de produtos químicos, mas de organismos vivos alterados por cientistas. Drogas similares podem estar disponíveis nos próximos anos para uma série de doenças humanas, incluindo a hemofilia.
A FDA esclareceu que o Atryn serve para tratar pacientes com uma doença hereditária rara que as torna vulneráveis a coágulos sanguíneos. O tratamento injetável será comercializado nos Estados Unidos pela Ovation Pharmaceuticals.
Cerca de 1 em 5 mil pessoas não produz antitrombina suficiente, de acordo com a GTC. Como resultado, seu sangue tem mais probabilidade de formar coágulos, que podem ir para os pulmões ou o cérebro, causando a morte. Mulheres grávidas com essa doença têm mais chances de perder o bebê, por causa de placenta.
Pacientes com essa deficiência normalmente tomam afinadores de sangue convencionais, como o Plavix da Bristol-Myers Squibb e Sanofi-Aventis. Isso não vai mudar com a nova aprovação. Atryn só foi aprovado para o uso em pacientes que vão passar por cirurgias ou ter bebês, ocasiões em que o risco de coágulos perigosos é particularmente alto. Esses pacientes receberiam a droga por via intravenosa por um tempo limitado, antes e depois dos procedimentos.
Para fazer o medicamento, cientistas da GTC colocaram DNA para a proteína humana em embriões de cabras. Eles foram então colocados nos úteros de mães de aluguel que deram à luz cabras que produzem leite com antitrombina extra.
(Ambiente Brasil, 07/02/2009)