Apesar da crise financeira internacional e da consequente retração por energia elétrica em setores importantes da economia, como o industrial, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) prevê um crescimento da demanda da ordem de 5,4% ao ano nos próximos dez anos.
Os dados do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2008-2017), que prevê investimentos de R$ 767 bilhões nos próximos dez anos, estimam no horizonte do plano uma adição de cerca de 54.000 megawatts (MW) de capacidade instalada no país, com a instalação de 36 mil km de novas linhas de transmissão a serem incorporadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).
Desta nova oferta adicional, 16.000 MW correspondem a empreendimentos de geração contratados. Dos 38.000 MW ainda a contratar, apenas 900 MW (2,5% do total) são de termelétricas a combustíveis fósseis, considerados mais poluentes.
O estudo aponta ainda para o fato de que, dos 155.000 MW de potência a ser instalada até 2017, no parque de geração de energia elétrica do país, cerca de 80% virão de fontes renováveis de energia.
A EPE estima os investimentos necessários para essa expansão em R$ 142 bilhões, entre 2009 e 2017, sendo R$ 79 bilhões em usinas ainda indicativas, dos quais R$ 70 bilhões em hidrelétricas.
Outros R$ 39 bilhões serão necessários, na avaliação da EPE, para a expansão do sistema de linhas de transmissão planejado para o período, que totalizará 36.387 quilômetros de linhas, além das subestações, que consumirão R$ 14 bilhões deste total.
Na avaliação da EPE, a expansão planejada mantém a matriz energética brasileira como uma das mais limpas do mundo. Neste sentido, destacam-se entre os empreendimentos as usinas do Complexo do Rio Madeira (Santo Antônio e Jirau), licitadas em 2008.
A EPE destaca também o sistema planejado para a integração da região Norte (Manaus, Macapá e outras cidades da margem esquerda do rio Amazonas) ao Sistema Interligado Nacional.
Já licitados, os empreendimentos necessários a esta integração compreendem 1.810 km de linhas de transmissão e deverão entrar em operação em 2012.
(Por Nielmar de Oliveira, Agência Brasil, 08/02/2009)