O Greenpeace lançou na tarde desta sexta-feira (06/02) um documento que propõe a utilização de energias renováveis no país, especialmente nos parques industriais. O texto foi anunciado durante o seminário realizado pela ONG em parceria com o Fórum Cearense de Mudanças Climáticas e Biodiversidade. O evento ocorreu na embarcação do Greenpeace, a Artic Sunrise, que chegou ao Porto de Mucuripe, em Fortaleza (CE), no final da tarde de quinta (05/02).
“A proposta principal é que o governo brasileiro crie um ambiente de incentivo às energias renováveis e limpas, o Brasil tem um amplo potencial natural, e o Greenpeace está aqui em Fortaleza conversando com o governador do estado, com o presidente do Banco do Nordeste justamente sobre a viabilidade de um amplo investimento público no apoio ao desenvolvimento de uma indústria de energias renováveis", afirmou Sérgio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace.
"Nós precisamos agora que o poder público incentive, por exemplo, a instalação de indústrias para fabricação dos equipamentos que são necessários para a instalação das usinas eólicas”, concluiu.
Uma das propostas da organização, no documento, é o uso de energia eólica. O estado do Ceará é o que tem maior potencial nesse tipo de energia renovável no Brasil. O Greenpeace estima que haja "duas Itaipus de ventos" em terras cearenses e nega que essa energia seja mais cara para o consumidor do que a hídrica. A organização também defende o uso da biomassa.
Segundo Leitão, o estado do Ceará tem investido na geração de energias renováveis, o que torna o parque industrial mais atrativo para os mercados europeu e norte-americano. Mas o diretor lamenta a falta de apoio do governo federal. “Falta vontade do presidente Lula, da ministra [da Casa Civil] Dilma [Roussef] e do ministro [de Minas e Energia, Edison] Lobão que se ocupam em esvaziar esse imenso potencial ecológico econômico que o Brasil tem para dar ao planeta”, afirmou.
A visita da embarcação Arctic Sunrise é parte da expedição “Salvar o Planeta. É Agora ou Agora” cujo objetivo é alertar sobre a gravidade das mudanças climáticas e pressionar o governo federal a adotar soluções para enfrentar o aquecimento global.
No Brasil, Fortaleza é a terceira cidade visitada, depois de Manaus (AM) e Belém (PA). A expedição ainda passará, até o final de março, por Recife, Salvador, Santos e pelo Rio de Janeiro.
Entre os participantes do seminário estavam o governador do Ceará, Francisco Pinheiro, o presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, e representantes da Universidade Federal do Ceará e do governo do Estado.
(Agência Brasil, 06/02/2009)