Um tribunal paquistanês ordenou ontem (06/02) que o cientista nuclear Abdul Qadir Khan, pai da bomba atômica do país, seja libertado. 'O demandante é declarado cidadão livre e a ordem judicial escrita é eliminada', afirma a decisão do Alto Tribunal de Islamabad. Khan passou cinco anos em prisão domiciliar, depois de ter admitido que vendeu tecnologia nuclear paquistanesa a países como a Líbia, Irã e Coreia do Norte. Porém, mais tarde desmentiu as afirmações.
Ontem, o principal juiz do tribunal de Islamabad, Sardar Mohamad Aslam, ouviu os advogados do governo e do cientista. Aslam já havia permitido ao cientista viajar em julho passado a sua cidade natal para visitar a família, mas o proibiu de fazer declarações à imprensa.
O cientista agradeceu imediatamente ao presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, e ao primeiro-ministro, Yusuf Raza Gilani. 'Poderei ir a qualquer lugar do Paquistão, sem qualquer restrição, cercado das medidas de segurança de que dispunha anteriormente', declarou Khan aos jornalistas. 'Quero viajar ao exterior. Mas terei de pedir permissão ao governo', salientou.
Na região central do país, na cidade de Dera Ghazi Jan, subiu para 33 o número de mortos e 52 o de feridos (13 em estado crítico) no atentado de quinta-feira a uma mesquita xiita. Mais de 1,5 mil pessoas morreram em ataques extremistas, nos últimos 19 meses, devido à decisão de Paquistão de apoiar os Estados Unidos na guerra contra o terror.
(Correio do Povo, 07/02/2009)