Vender-se como uma empresa "verde" é quase uma obrigação nos dias de hoje. Companhias de tecnologia falam da capacidade e da qualidade de seus produtos e se gabam dizendo que adotam processos cada vez mais sustentáveis -o que não deixa de ser, claro, uma bela jogada de marketing.
Para apontar que empresas se saem melhor nessa empreitada, o Greenpeace divulga, desde 2006, o Guia de Eletrônicos Verdes. O mais recente, de novembro de 2008, conferiu à Nokia a posição de líder - a empresa alcançou quase sete dos dez pontos possíveis. A fabricante de celulares foi elogiada por produzir dispositivos com pouco material tóxico e eficientes no consumo de energia.
Já a Nintendo ficou com o pior lugar --alcançou apenas 0,8 ponto-- por não eliminar tóxicos de seus produtos e não ter planos para gerenciar o consumo de energia elétrica.
Dell, HP e Lenovo foram criticadas no ranking do Greenpeace por usarem muito material tóxico em seus produtos, como o plástico PVC, que é difícil de reciclar e demora para ser degradado pela natureza.
O ranking é baseado em informações divulgadas pelas empresas.
Algumas empresas divulgam seu investimento em sustentabilidade. A Motorola, por exemplo, afirma ter recolhido, ao longo de oito anos, cerca de 250 toneladas de baterias, que são enviadas para reciclagem na Europa. Desde agosto, a empresa de celulares recupera telefones, rádios e acessórios, como carregadores e fones.
A Apple afirma ter reciclado cerca de 6.000 toneladas de lixo eletrônico em 2006, o que equivale a 9,5% do peso de todos os produtos da marca vendidos nos sete anos anteriores.
A HP inaugura neste mês o Recycling Solution Center, primeiro centro de reciclagem da empresa na América Latina. Situado em Sorocaba (100 km de São Paulo), o centro terá capacidade de cuidar de 12 mil toneladas de produtos por ano.
(Por Daniela Arrais, Folha de S. Paulo, 07/02/2009)