O executivo-chefe da Stora Enso, Jouko Karvinen, e outros altos executivos da empresa abrirão mão de um mês de salário neste ano, em meio aos esforços da produtora finlandesa-sueca de papel para lidar com suas perdas e a forte queda na demanda por seus produtos.
Os diretores, por sua vez, terão corte de 50% no salário em 2009 e os bônus para todos os funcionários serão baseados apenas nas metas financeiras, segundo comunicado da empresa cuja sede fica em Helsinque. As medidas ainda dependem da aprovação de acordos com os sindicatos.
A Stora, segunda maior fabricante de papel do mundo, anunciou seu maior prejuízo trimestral em mais de seis anos. A empresa e a UPM-Kymmene Oyj, as duas maiores produtoras de papel na Europa, além de registrarem prejuízo no quarto trimestre, também projetaram que o mercado como um todo não melhorará, pelo menos, até o fim do primeiro semestre deste ano, afetado pela recessão mundial.
O prejuízo da Stora aumentou para ? 648,5 milhões no período, o maior em seis anos, enquanto o da UPM que havia registrado lucro nos mesmos meses de 2007 registrou perdas de ?287 milhões. A Norske Skog, maior fabricante europeia de papel de jornal, também anunciou prejuízo trimestral, que aumentou para 1,26 bilhão de coroas norueguesas (US$ 180 milhões).
As empresas de papel da região Nórdica reduziram suas previsões de curto prazo e aceleraram os cortes de produção depois da forte desaceleração da economia verificada em novembro, o que deixou funcionários ociosos e fábricas operando abaixo de sua capacidade produtiva. A Stora reduziu a produção de papel e papelão em cerca de 15% nos últimos três meses de 2008 e anunciou que pretende fazer restrições similares neste trimestre.
"Não se pode manter funcionando operações de papel com baixa capacidade de utilização no longo prazo", observou o analista Timo Jaakkola, da Oehman, que trabalha em Helsinque. "Haverá mais fechamentos na Finlândia e Suécia e suponho que verei algo bem em breve no mercado de celulose."
O último trimestre do ano passado teve "um dos maiores declínios trimestrais de volume já vistos na história da indústria de papel", disseram na terça-feira analistas da Foex Indexes, no site da empresa, que acompanha os preços do papel. A Stora não pode fazer previsões sobre seus mercados com mais de seis meses de antecipação, disse Karvinen. Segundo o executivo-chefe da UPM-Kymmene, Jussi Pesonen, esse período pode ser de apenas três meses. A UPM prevê que as entregas no trimestre serão ainda menores do que no anterior.
(Por Andrew Noel, Ross Larsen e Diana ben-Aaron, Bloomberg News, Valor Econômico, 06/02/2009)