Projeto reúne 20 crianças que ensinam a veranistas e moradores como manter a praia limpa
 
Um projeto desenvolvido pela ONG Cultura e Integração, em conjunto com a Prefeitura de Imbé, está moldando a consciência ecológica de crianças do município, ao mesmo tempo em que ajuda as suas famílias. A turma percorre a areia recolhendo o lixo deixado pelos veranistas. Após, os menores entregam um folder e um saco de lixo para que o turista não suje o local. O Projeto Maresia beneficia 20 crianças, de 8 a 12 anos, que recebem incentivo para participar do programa nos meses de janeiro e fevereiro. Elas ganham R$ 100,00 por mês e cesta básica. No encerramento das atividades, dia 28, será entregue um kit de material escolar para cada uma. Os participantes atuam de terça-feira a domingo, das 8h às 11h, nas praias de Imbé. Às 10h, é oferecido um lanche para o grupo.

Conforme a engenheira ambiental Minuche Marchini, da prefeitura, para participar do Maresia é preciso estar matriculado nas escolas do município. No dia 15 de janeiro, quando começou o programa, as crianças foram orientadas sobre como abordar as pessoas, como falar sobre o Maresia e entregar os saquinhos plásticos. 'Ensinamos como se portar diante das pessoas e, também, como agradecer a atenção logo depois que eles explicam o projeto', relatou a engenheira.

Na manhã de ontem, em Imbé, as crianças chegaram no horário e já começaram a recolher o lixo deixado na orla. Todas dispõem de material apropriado para a atividade, como luvas de borracha, camisetas, bloqueador solar e garrafinhas com água. Segundo Minuche, os banhistas reagem de formas variadas. Muitos acreditam que têm de pagar pelo serviço, outros não querem nem conversar e não aceitam a sacolinha. 'Existem alguns que, de maneira prepotente, chamam as crianças de lixeiro e ordenam que juntem os resíduos', contou. 'Mas, de maneira geral, os participantes do projeto levam a situação numa boa e gostam da atividade, que é voluntária', disse.
Com 11 anos, Guilherme Rosa de Lima revela uma consciência ecológica capaz de fazer muito adulto ficar com vergonha. O garoto afirmou ter ingressado no projeto para não encontrar tanta sujeira quando for à praia. Tímido, o menino declarou que deseja um meio ambiente limpo e, para isso, auxilia na limpeza da areia. Com o benefício que recebe por participar do programa, Guilherme ajuda a sua família. 'É legal, eu gosto de fazer isto', salientou.

(Correio do Povo, 06/02/2009)