Parte da área de alagado no sopé do Mestre Álvaro está ameaçada de desaparecer. Na região é constante o trânsito de caminhões de areia e a cada dia diminui a área alagada da região. Uma denúncia foi protocolada pelo ambientalista Edson Reis, do Grupo de Apoio ao Meio Ambiente (Gama), mas até o momento a prefeitura da Serra não se posicionou sobre o caso.
“Há várias semanas eles estão aterrando a região alagadiça situada em Guaranhus, próximo a pedreira Ibrata. Fui lá ontem (quarta-feira) e o aterro continuava. Os motoristas dos caminhões afirmam que estão a mando da Ibrata e que tem autorização para o aterro”, ressaltou.
A área do sopé faz parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro Mestre Álvaro, com grande valor ambiental, paisagístico e histórico. Segundo Edson, o fato já foi denunciado a Secretaria de Meio Ambiente da Serra há mais de um mês, mas nada foi feito.
De acordo com informações divulgadas pelo setor de fiscalização da prefeitura, uma visita seria realizada no local nesta quinta-feira (5), mas até o fechamento desta edição nenhum resultado foi divulgado.
Segundo o tenente Gobeti, da Polícia Ambiental, o fato já foi denunciado à corporação que aguarda o resultado da fiscalização da prefeitura da Serra para agir. Segundo ele, a fiscalização não foi feita ante porque há grande demanda de operações desde o início do ano.
Esta não é a primeira vez que a região do sopé do Mestre Álvaro está ameaçada. Em fevereiro de 2008, a área foi prejudicada por causa de uma contaminação nos lençóis subterrâneos a partir de sete poços artesianos perfurados pela então CVRD, atual Vale. Na ocasião, a água dos poços passou por uma análise que verificou a contaminação com água do mar, e alto teor de cloretos e condutividade elétrica.
Saiba mais:
O Mestre Álvaro é um dos monumentos naturais mais importantes da Serra. Com seus 833 metros de altura, domina a planície litorânea, expondo seus contornos a deleite de quem o aprecia de longe e oferecendo seu rico ecossistema à preservação ambiental.
É considerado uma das maiores elevações litorâneas da costa brasileira e abriga uma das últimas áreas de mata atlântica de altitude do Estado. O governo do Estado, em 1977, criou o Parque Florestal e a Reserva Ecológica Mestre Álvaro.
O parque compreende uma área aproximada de 3.470 hectares, estando assegurada por lei a proteção integral da fauna, da flora e demais recursos naturais, com utilização para objetivos educacionais, científicos, recreativos e turísticos.
Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 06/02/2009