A crise econômica mundial pode gerar cinquenta milhões de desempregados no mundo de acordo com dados da Organização Internacional do Trabalho. Apesar do cenário pessimista, novas oportunidades podem surgir na área ambiental.
Os chamados “empregos verdes” estão em alta. A preservação dos recursos, a conscientização ambiental e a necessidade de alternativas para diminuir os custos, abrem caminho para que iniciativas como a reciclagem e as pesquisas se desenvolvam. Trata-se da Revolução Ambiental. O consultor de negócios, Marcelo Salmaso, destaca que o período crítico da economia pode ser uma segunda chance para que o mercado se desenvolva com foco na sustentabilidade.
O investimento nas energias renováveis ainda vai se desenvolver muito, na avaliação de Salmaso, “este deve ser o setor que mais deve abrir oportunidades”. Além das opções já existentes, ele aposta na criação de novas tecnologias para tratamento de efluentes e gases e também no melhoramento de produtos para que se tornem mais eficientes, causando menos impactos ao meio ambiente. “Os empregos na área de mineração deverão migrar
para a área de reciclagem, ou seja, enquanto no setor verde são gerados, no ramo de mineração serão extintos, isso porque a reciclagem será capaz de fornecer produtos semelhantes com o menor impacto ao meio ambiente”, explica.
A crise econômica que afeta os mercados do mundo todo abre espaço para a sustentabilidade de acordo com Salmaso. “Um exemplo disso é a forma como o presidente Barack Obama tenta recuperar a economia, com o anúncio do pacote de mais de oitocentos bilhões de dólares, sendo cerca de quinhentos voltados para infra-estrutura e mudança na matriz energética”, diz.
Especializações, mestrados e até mesmo cursos técnicos preparam os profissionais para atuação voltada ao meio ambiente. Quem já tem formação pode recorrer a alguma dessas opções para ingressar na nova carreira. Funções consideradas menos nobres, mas de reconhecida importância, como a dos catadores de materiais recicláveis, deveriam ser valorizadas, para que os trabalhadores tenham melhores condições. Uma opção, apontada pelo consultor é a organização em cooperativas.
Danielle Jordan,
AmbienteBrasil, 06/02/2009