A Unicamp terá mais quatro Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), somados aos cinco que o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do MCT) já havia aprovado para a Universidade em novembro de 2008. Os quatro centros de excelência serão coordenados pelos professores Celio Pasquini, Fernando Galembeck e Lauro Tatsuo Kubota, os três do Instituto de Química, e Hernandes Faustino de Carvalho, do Instituto de Biologia.
Nesta quarta-feira (04/11), dois meses depois de anunciar a criação de 101 INCTs, com investimento global de R$ 523 milhões, o CNPq divulgou a aprovação de mais 22 programas (incluídos estes da Unicamp), com aporte adicional de R$ 58 milhões. O edital do CNPq atraiu um total de 261 propostas. Os novos centros foram selecionados pelo Comitê de Coordenação após a análise de 56 pedidos de recursos em favor de propostas não aprovadas anteriormente.
“Dentre os 22 institutos aprovados nesta rodada de reconsideração, nove são do Estado de São Paulo e, destes, quatro da Unicamp. Passamos de cinco para nove institutos, o que representa a aprovação de quase a metade das vinte propostas apresentadas pela Universidade. É um resultado bastante expressivo, ainda mais sabendo da limitação de recursos que impede a aprovação de todos os projetos com mérito”, afirma o professor Daniel Pereira, pró-reitor de Pesquisa da Unicamp.
Segundo o presidente do CNPq, Marco Antonio Zago, a ampliação da rede de INCTs foi viabilizada com verbas das fundações de Amparo à Pesquisa dos estados que participam do programa, dos ministérios da Saúde e da Educação, do BNDES e de contrapartida do CNPq. “Estes novos recursos permitiram que aprovássemos novos INCTs cujo mérito científico foi reconhecido, mas que ainda não haviam sido apoiados por restrições orçamentárias”.
O edital do Programa dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia tem prazo de cinco anos, mas os recursos agora aprovados são para três anos. Uma novidade é que o programa passa a contar com a parceria da Petrobrás, que contribuirá com R$ 21 milhões para projetos na área de energia, e com a adesão das Fundações de Amparo à Pesquisa do Piauí e do Rio Grande do Norte.
Nesse aspecto, Daniel Pereira ressalta o importante papel da Fapesp no programa dos INCTs, pois a agência de fomento está financiando a metade dos recursos para as instituições paulistas aprovados no edital (a outra metade vem do MCT). Do total de 123 institutos nacionais, 44 estão no Estado de São Paulo.
O pró-reitor de Pesquisa explica que cada INCT, na verdade, é uma rede de laboratórios associados, com pesquisadores de diversas unidades da própria universidade e de outras instituições. “A sede fica onde está lotado seu coordenador, a quem cabe liderar a equipe de pesquisadores na execução dos projetos na área temática, sendo ele também o responsável pela execução orçamentária do INCT”.
Ao todo, o programa passa a ter 39 institutos na área da Saúde; 14 em Engenharias, Física e Matemática; 11 em Biotecnologia e Nanotecnologia; 10 em Ciências Sociais; 9 em Agronegócio; 7 em Tecnologia da Informação e Comunicação; 7 em Amazônia; 7 em Biodiversidade e Meio Ambiente; 7 em Energia; 3 em Antártica e Mar; 2 em Nuclear; e 7 em outras áreas do conhecimento. A criação dos novos institutos nacionais faz parte do Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional, conectado ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O chamado “PAC da Ciência” prevê investimentos de mais de R$ 40 bilhões até 2010, com quatro prioridades: expansão e consolidação do sistema nacional de CT&I; promoção da inovação tecnológica nas empresas; pesquisa, desenvolvimento e inovação em áreas estratégicas; e CT&I para o desenvolvimento social.
(Por Luis Sugimoto, Agência Fapesp, 05/02/2009)