O plano francês de oferecer empréstimos baratos para as empresas que investirem na fabricação de produtos ‘verdes’ ganhou a aprovação da Comissão Européia nesta terça-feira (03). Com a crise financeira atingindo as vendas nos principais setores da economia, a Europa busca maneiras de reanimar a demanda dos consumidores. Cada vez mais, políticos citam o “crescimento verde” como um caminho para incentivar a economia e o mercado de trabalho.
A medida é direcionada para todos os setores econômicos, mas a França, lar da Renault e da Peugeot Citroën, tem estado especialmente preocupada com o já prejudicado setor automobilístico. O governo prometeu injetar até € 6 bilhões em ajuda às montadoras.
O presidente francês Nicolas Sarkozy cogita fazer com que os fabricantes de carros do país se comprometam em comprar partes de fornecedores franceses em troca de ajuda, reportou o Financial Times. A Comissária de Competição Européia, Neelie Kroes, declarou que a medida ajudaria as empresas abatidas pela crise dos créditos, já que investiriam em produtos que estão de acordo com o plano da União Européia (UE) para combater as mudanças climáticas.
A UE pretende cortar as emissões de dióxido de carbono em um quinto abaixo do nível de 1990 até 2020, e irá mais longe se outros grandes emissores assinarem um novo pacto global. Autoridades estatais e regionais poderão garantir taxas de juros reduzidas com prazo máximo de dois anos até o final de 2010.
“Este é o primeiro esquema direcionado especificamente para o incentivo da fabricação de produtos ‘verdes’”, disse o porta-voz da Comissão Européia Jonathan Todd. Ele relembrou o anúncio feito pela Inglaterra na semana passada de que o país estava trabalhando com urgência junto aos fabricantes de automóveis para melhorar o acesso do setor aos créditos.
O investimento precisa ser relacionado a produtos que estarão de acordo com os futuros padrões europeus de proteção ambiental. A redução na taxa de juros não poderá exceder 50% para empresas pequenas e médias e 25% para grandes companhias.
“Isto incentivaria as empresas interessadas a se preparar para os desafios do futuro, possibilitando a emergência da crise com um modelo de negócios mais consistente com os objetivos ambientais da UE”, declarou a comissão.
(Pete Harrison, Reuters, traduzido por Fernanda B Muller, CarbonoBrasil, 04/02/2009)