O Japão negou que as tripulações de seus barcos baleeiros tenham utilizado armas contra os ativistas da organização norte-americana Sea Shepherd durante um conflito ocorrido nesta segunda-feira na Antártida, que deixou duas pessoas feridas. "Se nossa tripulação conseguisse acertar alguém à distância, deveria abandonar a pesquisa científica e se dedicar ao beisebol profissional", disse Shigeki Takaya, porta-voz da Agência de Pescas japonesa.
O comandante do navio da Sea Shepherd, Paul Watson, disse por telefone à imprensa local que os japoneses dispararam balas de chumbo e de outros materiais contra os ambientalistas, além de utilizarem canhões de água, ferindo assim dois ativistas. Watson declarou estar preocupado porque os japoneses utilizam uma arma acústica, definida por ele mesmo como "do tipo militar", que causa surdez e vômitos.
Takaya, por sua vez, rebateu as acusações e afirmou que foram os ambientalistas que atacaram os baleeiros, lançando fumaça. Segundo ele, a tripulação japonesa respondeu com mangueiras de água, sem causar dano. O porta-voz do Instituto japonês de Cetáceos, Glen Inwood, disse que "serão usados meios legais para assegurar que estes piratas não abordem mais os navios japoneses, ameaçando a vida da tripulação ou a segurança dos navios".
A organização anunciou que os japoneses conseguiram matar 551 cetáceos no ano passado, o que corresponde a 60% do que eles planejavam capturar. A Sea Shepherd também acusa o Japão de aproveitar uma brecha nas leis da Comissão Baleeira Internacional para caçar, afirmando que a atividade é realizada para fins científicos.
(Ansa, Folha Online, 04/02/2009)