O Parlamento Europeu aprovou um relatório sobre as alterações climáticas em que apela à Comissão para que avalie se a meta de aumento médio da temperatura em 2ºC até 2020 é suficiente para evitar "uma mudança climática desastrosa".
Os eurodeputados aprovaram por 570 votos contra 78 e 24 abstenções, o relatório que lança uma interrogação preocupante: será que os efeitos negativos das alterações climáticas não se estão a verificar de forma mais rápida e perigosa do que inicialmente previsto?
O objectivo defendido neste relatório é o de reduzir 25% a 40% das emissões de gases de efeito de estufa até 2020, aumentando essa redução para 80% nos trinta anos seguintes, em relação ao nível registado em 1990.
A prioridade ao combate às alterações climáticas e ao aquecimento global é defendida neste relatório, que quer ver o ambiente como primeira prioridade do próximo quadro financeiro da UE e a concretização de medidas políticas e educativas para enfrentar o problema a longo prazo, implicando todos os cidadãos da UE. Os eurodeputados defendem que os critérios de redução de emissões devem contar para a atribuição de financiamentos de ajuda ao desenvolvimento a países terceiros e que aumente o crédito concedido a projectos ambientais nos países em desenvolvimento.
No relatório são também definidas muitas medidas concretas em áreas como a energia, biocombustíveis, eficiência energética, mobilidade, turismo, floresta, água, pescas, entre muitas outras.
Uma das propostas é que as novas construções no sector imobiliário tenham uma eficiência energética certificada igual a zero até 2015 nas habitações e até 2020 nas superfícies comerciais e públicas.
A energia nuclear também não foi esquecida neste relatório, que reconhece a diferença nas políticas dos vários estados-membros nesta matéria, apelando à Comissão para que dê uma atenção especial ao resíduos radioactivos, melhorando a segurança e acompanhando o seu ciclo de vida completo.
(Esquerda, 04/02/2009)