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tratamento de esgoto
2009-02-04
Hoje, apenas 2% do que é descartado é saneado. Os outros 98% são despejados em arroios

Em um ano e meio, a contar da assinatura de início da obra, Novo Hamburgo passará a ter 50% do esgoto tratado. A promessa é da Comusa - Serviços de Água e Esgoto. Hoje, apenas 2% do que é descartado é saneado. Os outros 98% são despejados em arroios que deságuam no Rio dos Sinos. Sobre a taxa que será cobrada pelo serviço, o diretor-geral da autarquia, Arnaldo Luiz Dutra, diz que ainda não há definição, mas garante que a comunidade será chamada a participar da discussão.

O alvo principal do projeto é a bacia do Arroio Luiz Rau, já iniciado na administração passada. O tratamento do que nele é despejado irá contemplar, diretamente, 130 mil habitantes, mais da metade da população, estimada em 253.067 conforme o Censo. Isso sem mencionar os benefícios ambientais que a obra, consequentemente, trará.

O serviço no Luiz Rau deverá custar aproximadamente R$ 40 milhões e os recursos são aguardados para o segundo semestre deste ano – pelo menos R$ 30 milhões são provenientes do Ministério das Cidades. Conforme Dutra, já existe um financiamento assinado pela Comusa com data de dezembro de 2007. Deste total, 10% devem ser custeados pela autarquia. “Estamos trabalhando agora para acelerar o processo e adequar os projetos executivos, além de viabilizar a área onde será construída a Estação de Tratamento de Esgoto”, anunciou.

DURAÇÃO - Segundo Dutra, a previsão de duração das obras é de até 18 meses e a licitação deve ser lançada ainda este ano. Para o prefeito Tarcísio Zimmermann (PT), a possibilidade de atingir 50% de esgoto tratado na cidade é uma meta ambiciosa. “Ainda assim teremos um sistema precário, mas com certeza será um grande avanço.” Além de acelerar o processo da bacia do Luiz Rau, Tarcísio aponta que existe um mutirão no governo para que outros projetos de esgoto, já iniciados, sejam executados, podendo assim atrair futuros negócios para Novo Hamburgo. “Quanto mais saudável a cidade, mais opções de investimentos de empreendedores.”

Saneamento dos Arroios Pampa e Cerquinha nos planos
Além da área de tratamento de esgoto do Arroio Luiz Rau, a Comusa também terá uma espécie de banco de projetos. De acordo com o diretor Arnaldo Luiz Dutra, haverá outras etapas que beneficiarão os Arroios Pampa e Cerquinha. “Também temos viabilizados R$ 2,3 milhões para a conclusão de todos os projetos de esgoto de Novo Hamburgo”, afirma. Com esses projetos prontos, a própria autarquia poderá buscar recursos para suas etapas de execuções.

Outros projetos serão custeados pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) “a fundo perdido”, como afirmou o diretor da Comusa. Eles contemplarão o tratamento de esgoto na Morada dos Eucaliptos (já iniciada), no bairro Canudos, e também nos bairros Boa Saúde e Kephas. A soma desses investimento fica em R$ 10,4 milhões e o percentual de população que será atendida é de 11,5%. Portanto, quando todas as obras estiverem prontas, Novo Hamburgo chegará à marca de 61,5% de esgoto tratado.

ESTAÇÃO - Em outubro do ano passado, a Comusa tentou dar andamento ao projeto da Bacia do Arroio Luiz Rau. No entanto, esbarrou na aquisição do terreno para a construção da Estação de Tratamento. Mesmo já tendo o licenciamento da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), a autarquia não conseguiu a liberação de recursos da Câmara de Novo Hamburgo.

Tudo em função de uma discrepância entre os valores apresentados pela área, que fica no bairro Santo Afonso. Na ocasião, o projeto foi votado na Câmara com valor de R$ 1,4 milhão. No entanto, outras divergências foram apontadas. Um estudo contratado pela Comusa orçou a área em R$ 800 mil, enquanto a avaliação de técnicos da Prefeitura estimou o preço de R$ 2,5 milhões, inviabilizando a aprovação.

Tratamento dividido em três etapas
O diretor técnico e engenheiro da Comusa, Júlio César Macedo, explica que o tratamento de esgoto implantado poderá ter até três etapas. A primeira seria um processo de remoção de sólidos e elementos flutuantes. Em seguida, a água passaria pela parte de digestão de matérias orgânicas. A terceira etapa (ainda sem a confirmação de que será necessária ou não) serviria para tratar componentes químicos na água. Antes desses procedimentos, haveria o escoamento (do esgoto de cada residência, passando por filtros ou não) para um coletor central no Arroio Luiz Rau. Em seguida, os dejetos seguem para o coletor de águas pluviais, que drena toda a água. Os dutos deverão percorrer toda a extensão do Luiz Rau (13 quilômetros), até a Estação de Tratamento.

Três dias de falta d’água em 2 bairros
Moradores dos bairros Canudos e Santo Afonso enfrentaram nos últimos três dias falta d’água. O abastecimento só foi normalizado pela Comusa ontem à tarde, por meio de uma interligação com o sistema de fornecimento da Corsan de Campo Bom. Caminhões-pipa normalizaram o atendimento do serviço no Condomínio Alcântara, bairro Canudos. O fornecimento foi interrompido na madrugada de domingo, com o início de uma obra para fornecimento de água a um novo condomínio na Rua Bartolomeu de Gusmão, esquina com Rua Arthur Hartz.

(Jornal NH, 04/02/2009)

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