O Ministério Público Federal (MPF) de Santa Catarina ainda não decidiu se oferecerá denúncia ou não contra as 17 pessoas indiciadas pela Polícia Federal na Operação Dríade, ação desencadeada em setembro do ano passado para investigar possíveis crimes ambientais em Biguaçu, na Grande Florianópolis.
O inquérito da operação foi dividido no final do ano passado. O delegado federal Rafael Medeiros Rataichesck, da Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência da Polícia Federal em Florianópolis, concluiu a investigação referente às denúncias contra a empresa Inplac, de Biguaçu, e a enviou à Justiça Federal. A assessoria de comunicação da Superintendência da Polícia Federal informou que o delegado indiciou 17 pessoas nesse caso, mas não divulgou nomes nem deu mais detalhes sobre o resultado da suposta coleta de provas contra os alvos da ação policial.
A Polícia Federal revelou que a investigação segue em torno das outras empresas suspeitas de crimes contra o meio ambiente, a administração pública e a lei de parcelamento do solo urbano. A Justiça Federal mandou o inquérito que cita a empresa Inplac para o MPF. A assessoria de imprensa do órgão informou que o procurador da República do Núcleo dos Crimes Ambientais, Eduardo Barragan Seroa da Motta, analisa o inquérito.
Foi informado, também, que ele não pode fornecer informações sobre o caso, já que toda a investigação está sendo feita sob segredo de Justiça. Empresa do setor de plásticos, a Inplac figurou na Dríade, conforme a Polícia Federal, por suspeitas de participação na alteração do Plano Diretor de Biguaçu para permitir a construção de condomínios residenciais e empresariais em sua região.
Defesa da Inplac afirmou que não foi intimada
A área visada, de acordo com a investigação, é de preservação permanente, e a empresa teria contado com o auxílio de servidores públicos municipais e agentes da fiscalização da Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) para implementar o projeto.
A reportagem procurou um dos advogados da Inplac para comentar os indiciamentos feitos pela Polícia Federal. Aldemar Gabriel de Amarante, entretanto, disse que a defesa não vai se manifestar ainda, porque além de não ter sido intimada, não houve denúncia. Na época em que a operação foi deflagrada, a empresa negou irregularidades e frisou que mantém compromisso e respeito às causas sociais e ambientais.
(Por Diogo Vargas, Diário Catarinense, 04/02/2009)