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potencial eólico brasileiro
2009-02-04

O diretor-executivo da organização não-governamental Greenpeace, Marcelo Furtado, defendeu nesta terça-feira (03/02), na Câmara dos Deputados, um novo modelo de produção de energia para o Brasil com base no aproveitamento de fontes alternativas, em particular a energia eólica. O ambientalista participa de audiência pública da Comissão Especial de Fontes Renováveis de Energia.

Segundo ele, há dez anos essa discussão foi colocada, e o Brasil não fez a opção que deveria fazer. "O resultado é que o Brasil está perdendo o bonde da História", comentou. Nesses últimos dez anos, de acordo com Marcelo Furtado, a China e a Índia, países emergentes como o Brasil, avançaram bastante no setor e hoje têm grandes empresas e ganham muito dinheiro exportando equipamentos de energia eólica, enquanto o Brasil ainda está patinando nesse setor.

Produção incipiente
"Aqui está se desenvolvendo a produção de energia eólica, mas num nível incipiente", destaca. Furtado estima que a energia eólica no Brasil corresponda a algo entre 1% e 1,5% da matriz energética. Segundo ele, o Programa de Investimentos em Infra-estrutura de Fontes Alternativas de Energia (Proinfa) já tem contratados 1.400 megawatts para produzir, mas somente parte desse total está efetivamente em produção.

"O Nordeste brasileiro poderia ser uma grande Itaipu de ventos", comparou Marcelo Furtado, fazendo referência à maior hidrelétrica brasileira. Ele destacou as condições climáticas favoráveis da região, que, acrescenta, poderia ter uma estrutura descentralizada de produção, podendo gerar energia em amplas áreas do Nordeste, um pouco em cada estado.

De acordo com o ambientalista, com a produção espalhada por toda a região, se houvesse problemas em uma determinada área, a produção seria compensada por outro local.

Nuclear
Marcelo Furtado criticou duramente o projeto de energia nuclear brasileiro. "É um investimento burro, porque é um tipo ultrapassado de produção de energia. É um desperdício aplicar R$ 8 bilhões em energia nuclear, como pretende o governo", afirmou.

(Por Luiz Claudio Pinheiro, Agência Câmara, 03/02/2009)


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