Referência mundial por suas práticas de manejo florestal, o Brasil utiliza exclusivamente florestas plantadas de pínus e eucalipto para produção de celulose e papel. Prova disso é o Projeto Genolyptus que fez o Brasil sair na frente no que diz respeito ao sequencimento do genoma do eucalipto.
Esse trabalho permitiu sequenciar a parte expressa do genoma, gerar uma série de recursos genômicos e montar uma rede experimental de campo que tem hoje enorme valor agregado pela sua ampla diversidade nas características silviculturais e de qualidade da madeira e pela conexão experimental com os trabalhos genômicos.
O coordenador do Projeto Genolyptus e pesquisador da Embrapa, Dario Grattapaglia, falou em entrevista exclusiva ao Florestar São Paulo sobre a etapa final do projeto, que será concluída nos próximos meses, e comentou sobre os reflexos para a produção florestal dos desdobramentos do projeto.
Segundo ele, agora estão em fase final de desenvolvimento novos modelos de calibração e metodologias de mensuração indireta da qualidade da madeira, que representam um avanço significativo no processo em termos qualitativos e quantitativos e estão sendo testados nos campos experimentais do Projeto Genolyptus.
E a discussão mundial sobre mudanças climáticas também coloca as florestas plantadas em posição de destaque, visto que são fontes de energia limpa e renovável e seqüestram grandes volumes de gás carbônico da atmosfera. Nessas áreas, as empresas que investiram no projeto também têm à disposição material para acelerar seus programas de melhoramento genético.
Na avaliação do pesquisador da Embrapa, o setor florestal brasileiro tem altíssima qualificação e grande capacidade de inovação e o investimento das empresas privadas na pesquisa florestal tem sido determinante para o país alcançar a posição de destaque que ocupa hoje no mercado mundial de celulose. “As empresas têm isso muito claro. O investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento é estratégico e é fundamental para não perder espaço no cenário global, mesmo nos momentos de crise econômica”, diz ele.
Dario Grattapaglia também é um dos coordenadores do projeto internacional da rede Eucagen (Eucalyptus Genome Network), que vai seqüenciar os 630 milhões de bases do genoma do eucalipto, e é financiado pelo Joint Genome Institute, laboratório do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
(Celulose Online, com informações da Florestar São Paulo, 03/02/2009).