Existem mais de 50 diferentes grupos de plásticos e centenas de variedades - um valor estimado de 113 bilhões de quilos de matéria-prima plástica é produzido a partir do petróleo, todos os anos, ao redor do mundo.

Sacolas plásticas, não obrigado!
• No mundo, estima-se que sejam usadas 1 milhão de sacolas plásticas por minuto; 150 sacolas por ano para cada pessoa na Terra (1).
• A província canadense de Ontario baniu as sacolas plásticas das lojas de venda de bebidas em 2008, o que resultou em 80 milhões de sacolas a menos utilizadas a cada ano (2).
• A China baniu as sacolas plásticas em 2008, seguindo o exemplo de Hong Kong. Bangladesh foi o primeiro país do Sul a bani-las em 2002. Nova Guiné, Butão, Taiwan e Botswana seguiram o exemplo (3).
• A Irlanda introduziu uma taxa para sacolas plásticas em 2002. Em poucos meses, o número de sacolas manuseadas nos supermercados caiu 90% (1).
• São necessários cerca de 11 barris de petróleo para produzir uma tonelada de sacolas plásticas. Antes de bani-las, a China usou mais sacolas plásticas do que qualquer outro país e desperdiçou  37 milhões de barris de petróleo por ano nelas (4).

Plástico verde?
O plástico produzido a partir de plantas leva gerações para se degradar em aterros. Quando de se degrada sem oxigênio, libera metano, um gás de efeito estufa 23 vezes mais potente do que o CO2 (6). O mercado de bioplásticos produzidos a partir de milho, cana-de-açúcar e trigo está crescendo de 20% a 30% ao ano (6).

Mar de plástico
Resíduos de plástico causam a morte de milhões de pássaros marinhos anualmente, bem como de 100 mil mamíferos marinhos. Percentagem de espécies marinhas ao redor do mundo que morrem por ingestão ou por estrangulamento com plástico:
- Tartarugas marinhas: 86% por ingestão ou estrangulamento.
- Pássaros marinhos: 36% por ingestão e 16% por estrangulamento.
- Outras espécies marinhas: 23% por ingestão e 28% por estrangulamento.
• O plástico integra de 60% a 80% de todo o lixo que flutua nos oceanos. Cada quilômetro quadrado de oceano contém 13 mil a 18 mil peças de plástico (5).
Redes de pesca de plástico descartadas, chamadas redes fanstama, são máquinas de morte perpétuas que continuam a vitimar peixes e outras espécies.

Os números do plástico
A indústria do plástico adotou um sistema numérico para identificar resinas plásticas básicas.. Em um exemplo clássico de 'lavagem verde', os números 1 a 7 são colocados dentro de 'setas circulares', símbolo de reciclagem, assegurando, portanto, aos consumidores, que os produtos respectivos podem ser reciclados - o que freqüentemente não é o caso:
1- PET - Polietileno tereftalato - Ecoalerta - Garrafas de água e de bebidas leves, utensílios de acondicionar alimentos, monofilamentos, têxteis, carpetes, componentes moldados por injeção para automóveis e bicicletas.
2- HDPE - Polietileno de alta densidade - Ecoalerta - Garrafas para leite, sucos, água, produtos de limpeza doméstica, sacolas de mercearia, dutos, cobertura de fios e cabos.
3- PVC -  Policloreto de vinil - Alerta tóxico - Materiais de construção, blísteres, contêineres, tubos médicos, isolantes, carpetes, revestimento de pisos.
4- LDPE - Polietileno de baixa densidade - Alerta tóxico - Plásticos de embalagens, brinquedos, adesivos, vedantes, revestimentos de cabos.
5- PP - Polipropileno - Alerta tóxico - Potes de iogurte, margarina, potes para molhos, ketchup, componentes de bagagem e partes de carros.
6- PS - Poliestireno - Ecoalerta e alerta tóxico - Copos, pratos e embalagens expandidos, porta-CDs, potes para acondicionar refeições, isolantes.
7- Outros - Alerta tóxico - Diversas categorias de plásticos produzidos com mais de um tipo de resina. Inclui componentes de faróis de automóveis, galões de água reutilizáveis, algumas garrafas de sucos e potes para alimentos.

Trio tóxico
Em 2004, o grupo norte-americano Clean Production Action (*) analisou o conteúdo de embalagens de aspiradores de pó de 70 residências e encontrou ftalatos (11) em 89% da concentração de substâncias químicas. Os seguintes compostos químicos são encontrados em milhares de itens de uso doméstico e estão ligados a problemas congênitos (de nascimento), dificuldades de aprendizagem, cânceres, danos ao fígado e problemas reprodutivos.

Ftalatos - compostos utilizados em plásticos leves, principalmente PVC. Estão presentes desde cortinas de banheiro, tintas, pesticidas e brinquedos infantis até pisos de vinil, sacolas e tubos hospitalares. Também são encontrados em centenas de produtos de cuidado pessoal como perfumes, loções corporais, lixas de unha, xampus e odorizantes de ambientes.

BPA (bisfenol A) - constituinte básico do policarbonato plástico, é o plástico duro mais durável utilizado para a fabricação de itens reutilizáveis, garrafas plásticas 'de esportes', garrafas de água grandes, mamadeiras, resinas dentárias, embalagens para conservação de alimentos e alguns tipos de bebidas, além de CDs e DVDs. Produzido inicialmente como estrogênio sintético - hoje já são fabricados 2,7 bilhões de quilos por ano.

PBDE (polibrominatos difenil éteres) - usados como retardantes de chama e adicionados a estojos de produtos eletrônicos - celulares, câmeras digitais, iPods, TVs, laptops. Também encontrados em produtos têxteis, cortinas, poltronas, colchões, forros e circuitos de bordo.

Mercado de água engarrafada
• Gastam-se 7 litros de água para fabricar uma garrafa de um litro, emitindo-se 100g de CO2. Em todo o mundo, o engarrafamento de água utiliza em torno de 2,7 milhões de toneladas de plástico por ano (8).
• Nos Estados Unidos, 96% da água engarrafada é vendida em garrafas individuais de PET. Estima-se que 4 bilhões delas virem lixo, o que custa às cidades US$ 70 milhões por ano em limpeza pública (7).
• Fabricar as garrafas de plástico que são usadas anualmente requer 17 milhões de barris de petróleo, o suficiente para abastecer um milhão de carros por mais de um ano (9).
• Na Gã-Bretanha, 3 bilhões de litros de água engarrafada foram consumidos em 2007, a maioria em garrafas PET. De 13 bilhões de garrafas, apenas 3 bilhões foram recicladas (8).
Mercado Global de Água Engarrafada no mundo - 2002-2007  (em milhões de galões)
Ranking - País = 2002 / 2007
1 - Estados Unidos = 5.795,6 / 8.823,0
2 - México = 3.898,6 / 5.885,2 
3 - China = 2.138,4 / 4.787,8
4 - Brasil = 2.541,8 / 3.621,1
5 - Itália = 2.558,2 / 3..100,9
6 - Alemanha = 2.291,5 / 2.743,2 
7 - Indonésia = 1.622,5 / 2.400,6
8 - França = 2.225,6 / 2.283,2
9 - Tailândia = 1.277,0 / 1.533,1
10 - Espanha = 1.191,4 / 1.284,0
Outros = 9.054,2 / 13.407,3
Total Mundo = 34.594,9 / 49.869,6 
Fonte: Beverage Marketing Corporation (10)

Em quem você acredita?
• Em novembro de 2006, 38 cientistas especializados em BPA advertiram sobre os 'potenciais efeitos adversos à saúde da exposição' ao plástico policarbonato (12).
• Todos os estudos sustentados pela indústria concluíram que exposições  baixas doses de BPA não oferecem riscos. Dos estudos não financiados pela indústria, 90% detectaram efeitos danosos, incluindo doenças relativas a hormônios e câncer (13).

Referências citadas no texto
1) 'Ireland rids itself of plastic nuisance,' International Herald Tribune, 31 January 2008.
2) 'Plastics industry objects to bag ban,' Toronto Star, 28 May 2008.
3) 'China boosts war against menace of the plastic bag,' The Guardian, 12 January 2008.
4) 'China joins war on plastic bags,' The Straits Times, 31 May 2008.
5) 'Plastic debris in the world's oceans', http://tinyurl.com/4q6pfm, Greenpeace International.
6) 'Sustainable bio-plastic can damage the environment,' The Guardian, 26 April 2008..
7) 'The bottled water backlash,' Michael Blanding, AlterNet, www.alternet.org/story/65520
8) 'UK: Eco-backlash against bottled water,' http://tinyurl.com3u3d6b, Inside the Bottle Campaign.
9) 'Take back the tap', http://tinyurl.com/2nx8ex, Food and Water Watch.
10) Beverage Marketing Corporation, http://www.bottledwater.org/public/statistics_main.htm
11) Libby McDonald, The Toxic Sandbox (Perigee 2007).
12) 'Timeline: BPA from Invention to Phase-Out,' http://www.ewg.org/node/26291, Environmental Working Group Research.
13) 'Studies that support use of bisphenol A called into question', Globe and Mail, 5 April 2008.

(*) Nota do Editor: Clean Production Action é uma ONG empenhada em estudar e desenvolver soluções estratégicas para produtos ecologicamente amigáveis.

(New Internationalist, Nº 415, Setembro 2008, tradução Cláudia Viegas)