Um projeto para reverter a destruição dos inúmeros incêndios que atingiram as Unidades de Conservação (UC) no Estado vai promover o plantio de mudas nativas em cerca de 60 hectares no Parque Estadual de Itaúnas (PEI). O projeto envolverá ainda uma pesquisa sobre técnicas de reflorestamento de restinga, que deverá beneficiar outras UCs do Estado.
Segundo a coordenadora do projeto, Maria Otávia Crepaldi, que é analista de meio ambiente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o objetivo é recuperar as áreas degradadas por incêndios que atingiram a região em 2007 e 2008. O mesmo trabalho já foi desenvolvido em Setiba, onde aproximadamente 400 hectares (27%, em média), foram destruídos pelo fogo em setembro de 2008.
Em Itaúnas, o trabalho será desenvolvido junto ao PEI, com a ajuda dos moradores da região, e em parceria com o Instituto Hidrográfico da Bacia de Itaúnas (Ihabi).
“O Ihabi irá nos ajudar com a mão de obra local, envolvendo a comunidade com palestras sobre o trabalho que será desenvolvido na região, e a necessidade de retirar espécies exóticas para promover o plantio de espécies nativa. A população vai participar não só do mutirão para o plantio, mas também do processo de preparação do solo”, ressaltou.
Durante o processo de reflorestamento, alertou Maria Otávia, uma pesquisa científica será desenvolvida na região. Com a ajuda dos estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), da unidade de São Mateus, e sob a orientação do professor Luis Fernando Menezes, que pesquisa a biodiversidade, conservação e manejo de recursos naturais, o objetivo da pesquisa é buscar uma metodologia adequada para o reflorestamento de áreas de restinga.
Os trabalhos ainda não têm data para começar, mas a previsão é que sejam iniciados na terceira semana deste mês. Ao todo, cerca de 30 pessoas, envolvendo a população da região, comunidade científica e representantes do Iema deverão participar do reflorestamento no PEI.
Criado em novembro de 1991, o Parque Estadual de Itaúnas está localizado próximo à Vila de Itaúnas, no município de Conceição da Barra, no norte do Estado, e ocupa uma área com cerca de 3.481 hectares.
Na região podem ser visto ambientes terrestres como mata de tabuleiro, restingas, dunas, alagados e diversidade de espécies vegetais de extrema importância para a manutenção da fauna, entre eles, 29 espécies de mamíferos, sendo algumas endêmicas da mata atlântica.
Por Flavia Bernardes,
Século Diário, 03/02/2009