(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
polímeros petroquímica passivos da indústria química
2009-02-03

Os primeiros passos hesitantes que lançaram a era do plástico foram dados há cerca de 150 anos. Com o nascimento da indústria petroquímica após a Segunda Guerra Mundial, a era do plástico explodiu. Em poucas décadas, até o final dos anos 70, a produção global do plástico ultrapassou a do aço.

1862 - Parkesine (1)
A primeira substância semelhante ao plástico foi apresentada na Mostra Internacional em Londres, em 1869, quando Alexander Parkes anunciou sua descoberta: 'Parkesine'. Uma massa plástica que poderia ser moldada por uma máquina em uma infinita variedade de produtos. Parkes começou com o 'colódio' (2), uma mistura de éter, álcool e celulose natural derivada de algodão. O resultado foi uma loção gelatinosa que ele esperava moldar em finas fatias. Infelizmente, as substâncias químicas usadas para fazer o colódio eram muito caras, seus patrocinadores deram para trás, e o empreendimento de Parkes caiu em domínio de terceiros poucos anos depois.

1869 - Celulóide
A busca pela imitação de bolas de bilhar de marfim fez disparar a próxima grande descoberta do plástico - o celulóide. No antigo Estado de Nova Iorque, John Wesley Hyatt tentou enrolar uma bola de madeira com colódio, a mesma mistura que Parkes havia usado. Foi uma boa idéia, a não ser pelo fato de que a bola explodiu ao contato. A solução foi adicionada com cânfora. Isto fez com que o novo material ficasse tanto maleável quanto resistente. O celulóide foi o primeiro 'termoplástico', uma substância que, quando moldada sob calor e pressão, retém sua forma. Hyatt passou a produzir pentes, pinos, golas de camisas e bandas de elástico de celulóide os quais pareciam feitos de marfim, ébano, madrepérola e casco de tartaruga. Poucos anos mais tarde, em 1888, George Eastman (da famosa Kodak) deu ao celulóide seu maior avanço, quando o transformou no primeiro material flexível para fotografias e filmes.

1909 - Bakelite
Leo Baekeland, um imigrante belga em Nova Iorque, descobriu o primeiro plástico totalmente sintético aplicando calor e pressão a uma mistura de fenol, a partir de destilado de carvão (3) e formaldeído (álcool destilado de madeira). Bakelite foi o primeiro plástico derivado de combustíveis fósseis. Era também um termoplástico - uma vez 'estabelecida', sua forma estava fixada. Bakelite era virtualmene indestrutível - à prova de quedas, quimicamente estável e resistente a eletricidade e calor. Era também incrivelmente útil e muito belo. O Bakelite tornou-se o milagre plástico da era da Arte Deco. Foi transformado em gabinetes para rádios e telefones, bolas de bilhar, estrutura para canetas, pentes, isolantes elétricos e balcões. Mais tarde, tornou-se ingrediente essencial na maioria das armas de fogo usadas na Segunda Guerra Mundial. Em seus últimos anos, Leo Baekeland tornou-se um fervoroso ativista da paz e eventualmente vendeu sua empresa para a gigante química Union Carbide.

1920 - Rayon e celofane
Louis Berniguet desenvolveu o rayon, uma forma de cellulose modificada (matéria fabricada), em Paris, em 1891. Mas foi o engenheiro suíço JE Brandenberger que em 1913 aperfeiçoou uma forma de enrolar o rayon em folhas claras viscosas, que ele chamou de celofane. A DuPont registrou a patente em 1920. Brevemente o celofane foi lançado como o primeiro material de embalagem flexível e à prova de mistura - inicialmente usado para embalar cigarros, cigarillhas, chocolates e alimentos cozidos. Enquanto isto, o rayon, da fibra sintética à base de celulose, tornou-se o primeiro substituto artificial para fibras. A Du Pont aperfeiçoou sua fabricação em 1926, e logo ele se tornou um material suave, luminoso, preferido na moda. Até a metade dos anos 30, cerca de 80% dos vestidos vendidos nos Estados Unidos continham algum percentual de rayon.

1926 - Vinyl (PVC ou policloreto de vinil)
Walden Semon estava trabalhando na BF Goodrich em Ohio, procurando uma maneira de ligar borracha com metal quando descobriu o policloreto de vinil. Mas nada de mais aconteceu com o PVC até a Segunda Guerra Mundial, quando a borracha natural se tornou escassa. O vinil era um isolante durável, de modo que foi usado em lugar de borracha para cobrir fios elétricos tanto em navios quanto em aeronaves. O PVC é extremamente tóxico, liberando dioxinas causadoras de câncer e outros poluentes orgânicos persistentes, tanto na sua produção quanto na disposição. O PVC foi relacionado a uma forma rara de câncer de fígado, bem como câncer cerebral, câncer de pulmão, linfomas, leucemia e cirrose - 60% da molécula do PVC vem do cloro. PVC é usado em tudo, desde cortinas de box de banheiros e materiais para armazenamento de água até partes de automóveis e malas. Mais de 60% de seu uso ocorrem na indústria da construção.

1935 - Nylon e neoprene
A popularidade do baquelite disparou a mania do plástico. O cientista alemão Herman Staudinger foi pioneiro na química do polímero em 1920. Mas foi o químico da DuPont, Charles Carrothers que, com seu estudo sobre a longa cadeia dos poliésteres, abriu a porta para a abundância do plástico. Carrothers descobriu que a inserção de diferentes elementos (nitrogênio, oxigênio ou cloro, por exemplo) em uma cadeia química de hidrogênio e carbono criava possibilidades sem fim de 'polímeros'. Pelo ano de 1935, ocorreu-lhe a idéia de um novo plástico, chamado Fibra 66, finalmente uma melhoria do nylon. Reveladas em 1939 na Feira de Nova Iorque, as meias de nylon rapidamente varreram o mundo. Carrothers e seu grupo também criaram o neoprene, a primeira borracha sintética. Mas sua maior descoberta foi o revolucionário têxtil sintético, o poliéster, agora o esqueleto da indústria da confecção.

1936 - Polietileno
Quase ao mesmo tempo, dois pesquisadores britânicos da ICI (4), R. Gibson e E. Fawcett, aquecendo o etileno em um pressurizador, descobriram por acidente o polietileno (também chamado politeno), agora um dos plásticos mais comuns do mundo. Foi o primeiro plástico a vender mais do que o equivalente a 373 milhões a 453 milhões de quilos (5) por ano nos Estados Unidos, e uma maior quantidade anual dele passou a ser produzida do que qualquer outro tipo de plástico. O polietileno é usado para tudo, desde garrafas de bebidas e embalagem para leite até sacolas de mercearias e recipientes para armazenamento de alimentos.

1949 - Tupperware
Os anos após a Segunda Guerra assistiram à explosão no consumo de bens de plástico. O cloro polivinilideno (também conhecido como plástico empacotador ou fime de embalagem) foi proclamado como a forma moderna de embalar e armazenar alimentos. O plástico (de fato, o vinil) substituiu o shellac (6) no mercado fonográfico quando os discos (LPs) foram lançados no final dos anos 40. Enquanto isto, em Vermont, Earl S. Tupper comprou algumas máquinas usadas de moldar plásticos e alguns pellets (7) de polietileno da DuPont e rapidamente produziu seu primeiro Tupperware. Ele fez história. As vendas de produtos para cozinha de Tupper explodiram de forma milagrosa. Em 1959, ele vendeu sua companhia por US$16 milhões, comprou uma ilha na América Central e mudou-se para a Costa Rica, abdicando de sua cidadania americana para evitar impostos.

1950s-60s - Mania de plástico
O uso de plásticos foi às alturas à medida que a indústria automobilística passou ao centro da economia global. Em 1955, a General Motors lançou o Corvette, o primeiro carro a utilizar plástico no corpo de seu painel. Hoje, em média, um carro é 10% feito de plásticos. E na Europa, em 1959, o engenheiro suíço George de Mestral causou surpresa com as rugas que criou para a roupa de seu cão, uma imitação de sintético. Ele fez o material com nylon e o chamou de Velcro, juntando as palavras francesas velours (veludo) e crochet (gancho). Enquanto isto, nos anos 60, o artista pop de Nova Iorque, Claes Oldenburg, fez um hambúrguer gigante de plástico, e em Londres, Mary Quant desenhava brilhantes capas de chuva de plástico.

1970s - Temores tóxicos
Com o surgimento do movimento ambientalista e a descoberta dos impactos mortais do DDT e dos PCBs (bifenilas policloradas), sérias preocupações levantaram-se sobre o impacto desconhecido de outras substâncias químicas potencialmente mortais. O trabalho pioneiro da ambientalista Rachel Carson levou ao banimento do DDT na maior parte dos países orientais nos anos 70. Poucos anos depois o uso de PCBs também foi encerrado, quando se mostrou que causam câncer e danos ao sistema imunológico. Os PCBs foram amplamente utilizados em plásticos, borrachas, tintas e materiais para pintura desde os anos 20. Quarenta anos depois, essas duas substâncias químicas ainda são encontradas na cadeia alimentar.

1980-2008 - Pele polar e poluição
Ao final do século 20, viu-se um grande crescimento em dispositivos eletrônicos de plástico. O Dr. William DeVries instalou o primeiro coração de plástico em 1982. Superfibras também foram desenvolvidas. Entre elas estavam incluídas as de uma pele polar quente, rapidamente secável, fabricada de tiras de garrafas plásticas; a 'refrescante' Gore-Tex (uma forma de Teflon), que se tornou parte essencial do vestuário; fibras para roupas de ciclistas; e Kevlar, um material leve usado para a fabricação de coletes à prova de bala e para materiais de uso policial e militar.

Mas a preocupação pública com a saúde está crescendo. A desastrosa poluição do plástico, substâncias químicas relacionadas ao gênero, bem como ao câncer, como ftalatos e bisfenol A (BPA), próximas a plantas industriais, têm disparado uma demanda urgente pela regulamentação e pela reforma da indústria química.

Notas
1) Composto originalmente feito de explosivo à base de nitrato de celulose e óleo de castor, mas mais tarde de materiais diferentes, e usado como substituto para a borracha vulcanizada da Índia e para o marfim - também chamado xilotila.

2) Solução amarelada, viscosa, altamente inflamável, de piroxilina em éter e álcool, usada na produção de filmes fotográficos, na indústria litográfica e na medicina, principalmente em ataduras e como vedante de ferimentos.

3) Líquido escuro e viscose formado durante a destilação do carvão, destilado para além de compostos como benzeno, antraceno e fenol, dos quais deriva-se grande número de medicamentos e outros compostos sintéticos, e que rende um resíduo final (piche), usado principalmente na confecção de pavimentos.

4) International Chemical Industry

5) No original, "a billion of pounds", sendo que 1 pound corresponde a uma unidade de medida de massa que varia no tempo e de acordo com o local. Equivale a 0,373Kg ou 0,453 Kg.

6) Um tipo de laca de que eram feitos os discos fonográficos antes do surgimento do vinil, e que consistia de material facilmente quebrável.
 
7) Bolinhas esféricas de matéria-prima prontas para serem moldadas.

(New Internationalist, Sept 2008, Issue 45)
Tradução Cláudia Viegas / Ambiente JÁ


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -