Com base num relatório de análise do solo e da água realizado pela prefeitura de Portão, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) recomendou que a população que mora na rua São Pedro, no bairro São Pedro (conhecido como Trilhos), não consuma água de poços artesianos. A medida é preventiva, pois foi percebida a presença alguns agentes contaminantes. Os poços devem ser lacrados.
'Vamos enviar esse relatório aos biólogos do MP para nova análise. No momento, não há necessidade de remoção das pessoas', disse o promotor de Justiça de Portão, Marcelo Tubino. Ele reiterou que a medida de evitar o consumo é por precaução. 'Já havia a recomendação de que fosse consumida água de fontes alternativas, e, com base nesse novo relatório, reforçamos o pedido', afirmou. O Ministério Público começou a investigar a situação há cerca de um ano, quando foram notificados sobre a presença de pesticidas enterrados no solo.
Conforme Tubino, o problema ocorre apenas na última quadra da rua São Pedro, onde há vários poços e existem cerca de 30 moradias. 'Quem mora em outras regiões da cidade não deve se preocupar', explicou. O promotor informou que a Corsan ofereceu a instalação da rede de água; no entanto os moradores resistem, para não ter gastos.
O secretário municipal do Meio Ambiente de Portão, Délcio da Silva, informou que há uma caixa de água coletiva da prefeitura à disposição dos moradores e que nem todos usam poços. 'A rede da Corsan chegou ao local, passa na frente das casas. Por isso, queremos que a população comece a pagar pela água. Existe uma resistência, mas é dinheiro público e a mudança precisa ser feita', salientou.
A presidente da Fepam, Ana Pellini, garantiu que os poços devem ser lacrados e os moradores terão de aceitar o serviço da Corsan. 'A água dos poços é contaminada, só não sabemos ainda a natureza do resíduo nem o grau de contaminação. Portanto, devem ser fechados', frisou. Ela disse que mutirão com Ministério Público, secretarias estadual e municipal da Saúde, prefeitura e Fepam está atuando para resolver o problema.
(CP, 01/02/2009)