A estiagem no estado de Mato Grosso do Sul causou perda de 40% na produção agrícola, principalmente nos cultivos de soja e milho, segundo informação do governo estadual.
O município de Dourados está entre os mais atingidos pela seca. Outros nove municípios do sul do estado também sofreram com a falta de chuva. Embora tenha voltado a chover, os danos às lavouras foram irreversíveis.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Dourados, João Vicente Chencarekas, o prejuízo do município sul mato-grossense foi em torno de R$ 173 milhões, quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB). “O impacto foi bastante grande, pois a economia do município é baseada na agricultura”, afirmou.
Em Dourados, as lavouras de soja foram as mais atingidas. De acordo com Chencarekas, as pastagens secaram e houve queda da produção de leite e carne. “O gado não engodou por causa das pastagens ruins”, disse.
Para o secretário de Agricultura, Indústria e Comércio, Maurício Rodrigues Peralta, o problema foi agravado pela plantação precoce dos grãos. “Em outubro, a soja já estava plantada”, afirmou.
Segundo ele, a estiagem de dezembro foi atípica e severa. “Foram 50 dias sem chuva. Dezembro teve o menor índice pluviométrico dos últimos 30 anos. Só choveu 17.8 milímetros, o que corresponde a 10% da média do período”, disse.
O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, assinou, na última sexta-feira (23), decreto homologando a condição de situação de emergência na área rural do município de Dourados. Segundo o governo do estado, mais sete municípios estão com trâmites em andamento para terem a condição reconhecida pelo governo.
A situação dos municípios atingidos foi analisada pela Coordenadoria Estadual da Defesa Civil e por técnicos das prefeituras e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
(
Estadão Online, Ambiente Brasil, 30/01/2009)