O biólogo Paulo da Cunha Lana do Centro de Estudos do Mar (CEM) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) contestou as autuações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e disse que a imagem da instituição foi denegrida. “Somos totalmente favoráveis a fiscalização do IAP. Discordamos do embasamento técnico e da forma como foi conduzida a questão”, afirma Lana.
O primeiro ponto que Lana contra-argumentou foi em relação à multa pela construção da marina em Área de Preservação Permanente (APP). Segundo o pesquisador, trata-se de um galpão para abrigar embarcações pequenas, utilizadas nas pesquisas e que está de acordo com a legislação ambiental. “A lei 9985/00 permite que se construam estruturas de apoio à pesquisa e o galpão é isso”, argumenta.
Já em relação ao formol, Lana foi categórico ao afirmar que nunca houve despejo no mangue. O pesquisador disse que o produto estava em uma área externa ao prédio do CEM, para que não houvesse risco à saúde dos professores e estudantes. “O formal estava próximo ao galpão para que evaporasse. Esse sistema não polui o meio ambiente”, relata.
Lana afirmou que o CEM estava com problema na fossa séptica, mas disse que o fato era desconhecido dos pesquisadores. “Não nos eximimos de nossa culpa. Havia falha no lançamento de esgoto doméstico. Mas não houve lançamento de produtos químicos” afirma.
O pesquisador disse que mesmo não concordando com o embasamento técnico do IAP, todas as mudanças foram feitas. O galpão foi fechado, o formol foi retirado do local e a fossa foi consertada. No entanto, o pesquisador enviou a contra-argumentação técnica ao IAP. “Fiz isso de forma individual. Mas vamos recorrer e a prefeitura universitária se encarregará das medidas legais”, comenta.
Segundo Lana, parte das pesquisas foram interrompidas e já houve hostilidade de um morador para com o CEM. “Precisamos esclarecer para a opinião pública que somos um órgão sócio-ambientalmente correto. Não podemos permitir que anos de pesquisas sejam esquecidos e que a imagem da instituição e dos profissionais que trabalham nela sejam denegridos”, finaliza.
A assessoria de imprensa do IAP informou que as irregularidades foram constatadas e que as multas no valor total de R$ 120 mil serão mantidas. No entanto, nesta quinta-feira (29) não houve nova multa, pois as mudanças exigidas foram feitas.
(Por Fernanda Leitóles, Gazeta do Povo, 29/01/2009)