A Austrália anunciou hoje que adotará mais medidas para proteger a Grande Barreira de Corais, Patrimônio da Humanidade, dos efeitos nocivos da atividade agrícola. Anna Bligh, governadora do estado de Queensland, no nordeste da Austrália, onde ficam os corais, disse que a partir de junho próximo e regulará a pastagem, o emprego de produtos químicos e o uso de água.
"Uma redução de 80% do nitrogênio de fertilizantes usados melhoraria a condição da Grande Barreira de Corais 65 ou 70 anos antes de seu desaparecimento catastrófico se transforme em algo normal", indicou Blight. Os especialistas preveem que o desaparecimento dos corais adquira caráter anual a partir de 2030, em um processo ligado à simbiose que ele mantêm com algumas algas que aderem a sua superfície.
Com a mudança climática o mar se aquece e as algas desaparecem, levando junto os corais.
A legislação atual de Queensland, de 2003, é de cumprimento voluntário e pede aos agricultores que não utilizem pesticidas e adubos nocivos que possam entrar em contato com águas que posteriormente desemboquem no Grande Barreira de Corais. mO Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês) comemorou a ação governamental, que chamou de "tardia", e encorajou os agricultores a cumprir as novas regras.
O porta-voz da WWF, Nick Heath, disse que, com o novo regime e os novos fundos governamentais, os especialistas têm uma oportunidade de salvar a Grande Barreira de Corai. No início de janeiro, um estudo do Instituto Australiano de Ciências Marinhas alertou que o crescimento da barreia diminuiu em 14% nos últimos 19 anos e estimou que sua sobrevivência está em perigo.
Segundo o relatório, a queda sem precedentes do crescimento dos corais na barreira se deve ao aquecimento de água dos mares e ao aumento da acidez, devido à alta de dióxido de carbono na atmosfera.
(EFE, G1, 29/01/2009)