Dez policiais militares foram deslocados para a localidade de Rio Denecke II ontem de manhã, onde um grupo de índios da Reserva Duque de Caxias, de José Boiteux, protesta para pressionar o governo no processo de demarcação da área. A intenção é garantir a segurança de voluntários e funcionários da prefeitura do município que trabalham na construção de uma ponte no entorno da reserva. Segunda-feira, uma pessoa foi baleada no local.
Os militares, deslocados de Ibirama e Rio do Sul, ficarão na região pelos próximos 10 dias, conforme a Polícia Militar de Ibirama. Terça-feira, homens do Pelotão de Policiamento Tático (PPT) de Rio do Sul e um helicóptero reforçaram a segurança na área. Havia a suspeita de que um caminhão com 150 índios chegaria na localidade. Os indígenas, conforme a polícia, estariam planejando colocar fogo no maquinário da prefeitura. Mas, com o reforço de efetivo, não houve confronto.
De acordo com o secretário de Obras de Vitor Meireles, Dorival Coser, aproximadamente 30 homens, entre funcionários da prefeitura e voluntários, trabalham na construção da ponte de madeira desde segunda-feira. Segundo Coser, uma parte da Estrada Geral passa por dentro da reserva indígena, onde os índios interromperam a passagem. A obra, conforme o secretário, é uma via secundária para que os moradores possam circular.
O protesto já dura duas semanas. Ontem, havia aproximadamente 30 índios na localidade de Rio Denecke. Eles reivindicam a ampliação dos atuais 14 mil hectares da reserva para 37 mil hectares, incluindo terras de quatro municípios da região.
(Por Isabela Kiesel,
Jornal de Santa Catarina, 29/01/2009)