Uma nova família de nanotubos metálicos acaba de ser descoberta por pesquisadores da Unicamp e do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS). As minúsculas estruturas foram descritas em artigo científico recém-publicado pela revista Nature Nanotechnology. Assinam o texto os físicos Daniel Ugarte, Douglas Galvão, Varlei Rodrigues, Jefferson Bettini, Maureen Lagos e Fernando Sato.
A descoberta dos cientistas ocorreu durante experimento realizado em laboratório com nanofios de prata. Com o auxílio de uma técnica denominada microscopia eletrônica de resolução atômica, o grupo observou pela primeira vez como se dá a formação espontânea dos nanotubos metálicos. De acordo Daniel Ugarte, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), à medida que o material é submetido a uma alta tensão (estiramento), ocorre um arranjo atômico, que por sua vez dá origem aos nanotubos. Estes, conforme o docente da Unicamp, apresentam uma base quadrada oca constituída por apenas quatro átomos de prata, com medida de 0,4 nanômetros de lado. Um nanômetro, registre-se, equivale à milionésima parte do milímetro.
A pesquisa, acrescenta o professor Daniel Ugarte, gerou informações que certamente ajudarão os cientistas a compreender melhor o funcionamento desse tipo de nanossistema. “Quanto mais aprendemos sobre esses materiais, mais chances teremos de manipulá-los adequadamente”, explica. O docente lembra que a ampliação do conhecimento em torno do tema é fundamental para o eventual desenvolvimento de nanodispositivos e nanocircuitos. “No mundo inteiro, esses dados ainda são muito incipientes”. Para o físico da Unicamp, os resultados do estudo sugerem a possibilidade da existência de outras estruturas “exóticas” no sistema. A confirmação ou não da hipótese somente poderá ser feita, obviamente, por novas pesquisas.
(Por Manuel Alves Filho, Unicamp, 28/01/2009)