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biocombustíveis pesquisas genéticas
2009-01-29

Cientistas do Joint Genome Institute (JGI), ligado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE), em parceria com diversas instituições, publicaram o sequenciamento e a análise do genoma completo do sorgo, considerado uma planta com elevado potencial para a produção de bioenergia.

Os dados do genoma deverão ajudar os cientistas a otimizar o sorgo e outras culturas não apenas para uso como alimento, mas também para produção de biocombustíveis. A análise comparativa do genoma do sorgo foi publicada na edição desta quinta-feira (29/01) da revista Nature.

Conhecido por sua resistência à seca e alta produtividade, o sorgo é atualmente a segunda planta mais utilizada para produção de biocombustíveis nos Estados Unidos, perdendo apenas para o milho. Os grãos de sorgo produzem a mesma quantidade de etanol que o milho com apenas dois terços da água.

De acordo com os autores do artigo, as pesquisas dirigidas às tecnologias para a produção de biocombustíveis celulósicos – isto é, feitos à base de toda fibra vegetal – têm avançado. Nesse contexto, o sorgo se torna uma promissora fonte de biocombustível celulósico devido a seu crescimento rápido: a planta passa de 2,5 metros para 4,5 metros em apenas uma estação.

De acordo com Anna Palmisano, diretora de Pesquisa Ambiental e Biológica do DOE, o sequenciamento foi um passo importante para o desenvolvimento de biocombustíveis feitos com fibras de plantas com custo viável.

“O sorgo é um candidato excelente para a produção de biocombustíveis, por sua capacidade de suportar secas e terras empobrecidas. O sequenciamento do genoma completo será uma ferramenta indispensável para que os pesquisadores desenvolvam novas variedades que maximizem essas vantagens”, disse.

A análise do DNA de plantas é notoriamente difícil, devido aos amplos segmentos com sequências repetidas. Com o sorgo não foi diferente, segundo o primeiro autor do estudo, Andrew Paterson, que é diretor do Laboratório de Mapeamento de Genomas de Plantas da Universidade da Geórgia.

“Essas complexas regiões repetitivas contribuem para a significativa diferença de tamanho entre os genomas do sorgo e do arroz, sugerindo ao mesmo tempo uma estrutura geral comum do genoma das gramíneas”, disse Paterson.

Com cerca de 730 milhões de nucleotídeos, o genoma do sorgo é 75% maior que o do arroz, por exemplo. De acordo com Paterson, o genoma do sorgo será comparado com os de outras gramíneas importantes para a produção de biocombustíveis, como a cana-de-açúcar.

O artigo pode ser lido por assinantes da Nature.
(Agência Fapesp, 29/01/2009)


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