O secretário do Meio Ambiente da Argentina, Homero Bibiloni, assegurou nesta quarta-feira que o governo de seu país "em nenhum momento abandonou" sua posição contrária à instalação da fábrica de pasta de celulose Botnia em território uruguaio (próximo à fronteira com a Argentina), causa de discordância entre Montevidéu e Buenos Aires.
"A Argentina levou esse conflito ao máximo nível possível do estado de direito internacional: o Tribunal de Haia. Desde então, assumiu uma estratégia de defesa irrestrita em relação ao tema ambiental e ao problema da violação do tratado do Rio Uruguai", informou o secretário do governo da presidente Cristina Kirchner.
Bibiloni destacou que sua secretaria "acompanhou este processo, e continua acompanhando talvez de maneira menos perceptível", mas garantiu que a postura diante do assunto permanece a mesma.
O secretário do governo argentino informou que existe um cronograma de trabalho que começou no fim de dezembro e que terminará no segundo semestre do ano, com as audiências preliminares e as audiências no Tribunal de Haia. O secretário argentino qualificou os protestos de Gualeguaychú contra a Botnia como "ponto de inflexão na história das mobilizações ambientais" do país.
Habitantes de Gualeguaychú farão uma marchar nesta quinta-feira em direção ao porto de Buenos Aires, para bloquear o trabalho da empresa naval Buquebus, que transporta pessoas até Colônia e Montevidéu. Contudo, o governo argentino assegurou impedirá a ação dos manifestantes e que o serviço será prestado normalmente.
O conflito diplomático entre Argentina e Uruguai em relação à Botnia já dura mais de dois anos. A fábrica de pasta de celulose está instalada na cidade de Fray Bentos, no Uruguai. Ativistas argentinos contrários à atividade da Botnia, acusada por eles de poluir o ambiente, mantêm a ponte binacional General San Martín bloqueada há mais de dois anos.
(Ansa, 28/01/2009)