Após desastre que atingiu área em 2008, estação está recuperada
Um ano após a queimada que abalou a Estação Ecológica do Taim, a palavra de ordem é prevenção. A pé, a cavalo ou a bordo de quadriciclos, as equipes de pré-fogo monitoram a estação para evitar tragédias do tipo. A área também terá um plano contra incêndios.
Os cuidados são redobrados por causa da estiagem, que mantém muito baixo o nível das lagoas ligadas diretamente ao banhado.
– Os períodos de seca ainda assustam, mas chuvas como a de hoje (ontem) servem para tranquilizar – disse o chefe substituto da unidade de conservação, Hamilton Fernandes Souza.
Ele e dezenas de outros analistas ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade passaram os últimos 12 meses acompanhando o processo de regeneração dos 4.760 hectares do banhado atingidos pelo fogo entre 28 de janeiro e 2 de fevereiro de 2008
A fauna e a flora da região estão plenamente recuperadas, de acordo com a equipe.
No papel, o Taim também irá mudar. Da extensa pesquisa de campo realizada, sairá uma espécie de cartilha a ser utilizada a partir dos próximos meses. O Plano Operativo de Ações de Prevenção e Combate a Incêndios na área do Taim, cuja proposta é orientar as equipes caso ocorram novas queimadas na estação, deve ficar pronto até abril.
O documento tem o apoio do Centro Nacional de Prevenção a Incêndios Florestais e a coordenação estadual do Prevfogo. Também envolverá a Brigada de Incêndio e prefeituras da região.
A RESERVA
> No extremo sul gaúcho, a Estação Ecológica do Taim serve como área de descanso, crescimento e formação de ninhos
> Foi criada por decreto, em 1986, por ser um dos locais por onde passam várias espécies de animais migratórios da Patagônia e da América do Norte
O INCÊNDIO
> O maior incêndio já registrado no Taim (foto à direita) estendeu-se de 28 de janeiro a 2 de fevereiro de 2008. O desastre ecológico consumiu 4,7 mil hectares de sua área de banhado – 14,83% de um total de 32 mil.
A RECUPERAÇÃO
> As macrófitas aquáticas têm grande capacidade de regeneração devido à biomassa existente abaixo do solo – ela foi responsável pelo crescimento de novas plantas
> O fogo também acabou fazendo com que a grama e os juncos queimados agregassem material nutriente ao solo, levando ao rápido crescimento da vegetação
> A fauna foi menos afetada em espaços abertos, como grandes poças de água e lagos existentes no interior do banhado. Esses espaços costumam ser habitados por aves como cisnes, gansos e patos, que garantiram sua sobrevivência
> Com a consequente recuperação da vegetação do banhado, houve a recolonização natural desse hábitat pelos animais sobreviventes. Muitos deles procuraram espaços próximos para viver e se reproduzir
Fonte: Fonte: Ibama
(Por Fernando Halal, ZH, 29/01/2009)