Muita gente tem mania de pegar as conchas que encontra no mar ou até mesmo na beira da praia para colecionar. A atitude parece inofensiva, mas, de acordo com a bióloga Lucélia Jacques da Costa, do Centro Universitário Metodista, pode trazer prejuízos à natureza. Isto porque as conchas são estruturas de proteção de diversos seres vivos.
– Elas são formadas por carbonato de cálcio (CaCO3), que protege os corpos de alguns moluscos, animais que não apresentam uma estrutura de sustentação interna. Quando o animal morre, a concha é depositada no chão do oceano, onde, ao longo de milhões de anos, poderá fazer parte da constituição de rochas na crosta terrestre. Plantas e animais poderão extrair os nutrientes minerais das rochas que estas conchas ajudaram a formar – explica.
Além disso, o cálcio das conchas tem papel fundamental na vida marinha. É essencial para a formação de esqueletos, carapaças e corais. Segundo Lucélia, o nível deste mineral vem sofrendo alterações devido às mudanças climáticas relacionadas ao aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
Interessado pelo oceano?
O Litoral Norte conta com um museu de biologia marinha. É o Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar), um órgão auxiliar do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Se estiver dando sopa pela praia, aprenda mais sobre o assunto na Avenida Tramandaí, 976, em Imbé. O telefone para contato é (51) 3627-1309.
UM BAITA FÃ
O ermitão é um crustáceo que procura conchas desocupadas para obter proteção contra predadores e contra a dessecação (perda de líquido). Ele troca de casa periodicamente, conforme a deterioração ou o crescimento.
(ZH, 29/01/2009)