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febre amarela morte de animais animais contaminados
2009-01-29

Habitantes mais populares das matas gaúchas, os bugios estão sendo dizimados desde outubro, quando o vírus da febre amarela passou a circular pelo noroeste e centro do Rio Grande do Sul. A mortandade dos animais é tão significativa 921 óbitos registrados pela Secretaria Estadual da Saúde até a última terça-feira que o estrondoso ronco deles não é mais ouvido pelos moradores das zonas rurais.

Não existem estimativas sobre quantos desses macacos há no Estado. Mas dá para fazer comparações. O número de óbitos quase se equivale à população de bugios do Parque Estadual de Itapuã, de Viamão: de 600 a 900 animais. Ou à de Porto Alegre, entre o Morro São Pedro e o Morro da Extrema, que é de cerca de 1,2 mil. A estimativa de população de macacos nesses dois locais foi feita pelo programa Macacos Urbanos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Ameaçado de extinção na categoria vulnerável no Estado (veja quadro abaixo), o animal faz parte do folclore gaúcho, deu origem a uma dança e batizou festivais musicais. O que o deixou sob risco foi a perda do hábitat com o avanço da agricultura e da pecuária, a caça e a urbanização. Agora é a doença. Porém, não quer dizer que todos os 921 tenham morrido por causa da enfermidade. O vírus da febre amarela, transmitido pelo mosquito Haemagogus, que vive nas matas, provoca nos macacos os mesmos sintomas observados nos homens.

A presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, Zelinda Maria Braga Hirano, se diz chocada com a quantidade de animais mortos nas matas gaúchas desde que o vírus passou a circular. Ela defende que grupos de estudos interdisciplinares sejam criados para analisar a ação do vírus.

– Não se restabelecem 900 animais em poucos anos, vai levar um longo período – diz Zelinda.

O mais atingido pela febre amarela no Estado é o bugio-preto, a espécie que habita as atuais áreas delimitadas como de risco. Mas já foram encontrados mortos bugios-ruivos também.

Por causa da dieta vegetariana, eles são importantes para a manutenção e a regeneração das matas, de acordo com o biológo e doutor em antropologia biológica Júlio César Bicca-Marques, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

– Os bugios promovem a dispersão das sementes dos frutos que consomem e aumentam a disponibilidade de nutrientes no solo para as plantas por meio das fezes. Atuam como jardineiros das árvores que consomem ao realizar uma poda, estimulando o crescimento vegetal, que pode favorecer uma maior diversidade de invertebrados e aves – explica.

A briga é no grito
Tecnicamente chamado de vocalização, o ronco dos bugios pode ser ouvido a grandes distâncias. É a ferramenta que utilizam em disputas entre eles. Como se alimentam apenas de plantas, não têm energia para lutas físicas. As batalhas vocais são, então, a grande arma.

Classificação do risco de extinção
- Extinta: uma espécie cujo último representante, em liberdade ou em cativeiro, tenha morrido.
- Regionalmente extinta: uma espécie cujo último representante no Estado tenha morrido ou desaparecido.
- Provavelmente extinta: uma espécie que, após exaustivos levantamentos em hábitats conhecidos e potenciais ao longo de sua área de ocorrência original, não apresente indivíduo vivo encontrado no Rio Grande do Sul.
- Criticamente em perigo: inclui as espécies sujeitas a risco extremamente alto de extinção em um futuro imediato, situação decorrente de profundas alterações ambientais ou acentuado declínio populacional, ou ainda de intensa diminuição da área de distribuição geográfica.
- Em perigo: categoria de ameaça que inclui as espécies que não se encontram criticamente em perigo mas correm um risco muito alto de extinção em um futuro próximo.
- Vulnerável: categoria de ameaça que inclui as espécies que não se encontram criticamente em perigo nem em perigo, mas correm um alto risco de extinção a médio prazo. É o caso dos bugios no Rio Grande do Sul.
Fonte: Decreto estadual 41.672, de 11/06/02

(Por Silvana Castro, ZH, 29/01/2009)


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