Vazamentos e ligações clandestinas são responsáveis pelo desperdício no município.
Novo Hamburgo - Em período de seca e racionalização de água, os constantes vazamentos na rede de abastecimento de Novo Hamburgo tem preocupado a população. No verão, o aumento do consumo, a variação de pressão, aliada à necessidade de substituição da canalização, provoca o elevado número de consertos. Em média, o índice nacional de perdas d’água numa cidade com vazamentos e ligações clandestinas é de 12%. Isso corresponde a uma desperdício de 7,2 milhões de litros de água, dos 60 milhões de litros produzidos diariamente.
A Comusa - Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo pretende realizar, nos próximos quatro anos, a substituição de 50% da rede de fibrocimento por PEAD (Polietileno de Alta Densidade), material mais resistente e que deve colaborar para a redução dos problemas de falta de água.
Enquanto a substituição de rede não ocorre, porque é necessário fazê-lo em toda uma rua e não somente em um trecho, as obras estão mais frequentes. Ontem, por exemplo, dois bairros foram atingidos com os consertos. Em Hamburgo Velho, na Rua Barão do Guaíba, profissionais trabalharam em um vazamento oculto por volta da meia-noite e pela manhã realizaram a troca de cano de fibrocimento por um de PVC. “A rede é muito antiga”, frisou o engenheiro civil da companhia, André Petry.
Pressão
A dona de casa Maria Lenice Brilhante, 64 anos, mora há um ano no local e sente a diferença da pressão da água. “Espero que o problema seja resolvido logo”, acrescentou. Em outro ponto da cidade, a cabeleireira Bernardete Jacobs, 41, acompanhou o conserto. No final da noite de segunda-feira, um cano estourou na Rua América, no trecho entre as Ruas Jamaica e Florença.
Por meio da assessoria de imprensa, a Comusa informou que a pressão nos canos está ligada ao consumo. Em horários de maior demanda, como ao meio-dia, as pressões são menores, enquanto principalmente de madrugada, as pressões são maiores devido ao baixo consumo. Com essa variação, a rede é danificada, podendo ocorrer o rompimentos dos canos.
Prefeitura realiza mapeamento de recursos para substituições de redes
Hoje, 45% dos 700 quilômetros da rede são em material de fibrocimento, 45% em PVC e os outros 10% distribuem-se em ferro, PEAD e PVC. O diretor da Comusa, Arnaldo Dutra, explica que os vazamentos e as ligações clandestinas são responsáveis pelo índice de perda de água, estimado em 12% do que é produzido. Dutra diz que a Prefeitura está realizando uma mapeamento de recursos necessários para a substituição da rede de fibrocimento, mas não há data ainda definida para o início. O diretor-geral acrescenta que é comum ocorrer vazamentos, ocasionados por rompimento da rede, que é muito antiga, mas que é impossível verificar quantos litros de água são perdidos. Com relação ao serviço de atendimento por meio do 0800, Dutra revela que há deficiência de pessoal (são sete atendentes) e há necessidade de reorganição de turnos. “Em fevereiro será publicado edital para concurso com 40 vagas, entre administrativas e técnicas.”
(Jornal NH, 29/01/2009)