Redução brusca do preço de materiais como alumínio e papelão prejudica ganhos de quem vive de reciclagem
A redução das vendas nas empresas repercutiu nas recicladoras, que estão comercializando menos material reciclado e com preço menor. Recicladores que antes ganhavam de R$ 450 a R$ 900 por mês agora recebem de R$ 230 a R$ 500. A queda brusca fez com que ocorresse uma evasão no setor. Até setembro do ano passado, 335 pessoas estavam envolvidas no trabalho das nove recicladoras na cidade. Com a crise, este número caiu para 162.
O papelão foi o material mais desvalorizado. Antes da crise, custava de R$ 0,42 a R$ 0,50 o quilo, e agora vale de R$ 0,12 a R$ 0,14. Sueli Borges, da Associação dos Recicladores Novo Amanhã, conta que na partilha do mês passado foram contabilizados R$ 100 a menos para cada um dos sete recicladores da associação.
— Agora, se quisermos ganhar, temos que produzir dobrado — diz a recicladora.
A latinha de alumínio, segundo ela, custava quase R$ 3 o quilo, e agora é vendida a R$ 1 ao quilo. Para Lênio Borges, responsável pela Associação de Recicladores da Terceira Légua (Artel), a situação é ainda mais crítica, pois a recicladora está prestes a fechar as portas.
— Se não melhorar até março, cada um vai ter que procurar outra coisa para fazer. Estamos ganhando uma miséria — revela Borges.
(Por Valquíria Vita, especial, ZH, 29/01/2009)