O Ribeirão da Ilha, ponto turístico do Sul de Florianópolis, está sem um dos seus principais atrativos: a ostra. A região da Baía Sul, na Capital, e a Ponta do Papagaio, em Palhoça, estão proibidas de vender moluscos como ostras e mexilhões desde segunda-feira, devido ao novo alerta de maré vermelha. A Epagri e a Univali monitoram a ocorrência, e o comércio local pode ser liberado hoje.
O comércio da Baía Norte está liberado. A Epagri comunicou o embargo aos produtores na segunda-feira. O foco inicial foi detectado na quarta-feira, dia 21. Alguns dos produtores locais que monitoram as águas da região com sistema próprio não vendem ostras desde sexta-feira.
Ontem foi realizada uma nova bateria de exames oficiais e o resultado é aguardado para hoje pela manhã. O chefe do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Cedap) da Epagri de SC, Fabiano Müller Silva, diz que já foi detectada redução na presença da alga que provoca a maré vermelha e a expectativa é de que problema já tenha sido eliminado.
Segundo Silva, exames realizados pela Univali analisam a carne dos moluscos e só liberam o comércio quando não existem mais riscos para o consumo humano. O fenômeno não provoca perda de produção, já que as próprias ostras filtram-se, eliminando as toxinas.
Nova espécie de alga gerou problemaA primeira ocorrência de maré vermelha do ano na região traz uma novidade. A alga que provocou o problema desta vez é diferente daquela nos casos anteriores. Silva explica que embora produzam ácidos diferentes, os sintomas que indicam a contaminação humana são parecidos. Ele acredita que entre as causas para o fenômeno estão a temperatura da água ou o excesso de nutrientes trazidos pelas marés.
Segundo dados do Laboratório de Algas Nocivas do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra de do Mar (CTTMar), essa nova toxina é regularmente monitorada em diversos países e também em SC.
As florações nem sempre produzem toxinas, mas quando acontece, além da contaminação de moluscos e potencial intoxicação de seres humanos, está relacionada à morte de aves, peixes e mamíferos marinhos.
(Por Alexandre Lenzi,
Diário Catarinense, 28/01/2009)