A União Européia colocou no papel suas propostas para o acordo climático mundial que, se espera, seja acertado em dezembro, em Copenhague, na próxima reunião da ONU. O documento menciona que serão necessários 175 bilhões de euros para que o mundo reduza as emissões de gases-estufa em 2020 e garanta que o aumento da temperatura do planeta não supere 2°C. Mais importante, rascunha como financiar tudo isto.
Seriam várias fontes. Os países ricos teriam duas novas opções. Uma teria por base a equação que leva em conta o princípio do poluidor-pagador (quem polui mais paga mais) e o PIB per capita; e um percentual sobre as licenças para emitir do mercado de carbono.
Os europeus sugerem a criação de um mecanismo para facilitar as ações para reduzir emissões. Para que economias de baixo carbono possam existir, os investimentos em pesquisa de tecnologias de energia limpa têm que dobrar em 2012 e quadruplicar em 2020.
As propostas têm um longo caminho pela frente. Trata-se de um relatório da Comissão Européia, o braço-executivo da UE, e que ainda tem que ser discutido e referendado pelos Conselho de Ministros, que representa os 27 estados-membros, e é quem tem a palavra final. Depois tem que migrar para as reuniões internacionais preparatórias ao encontro do final do ano, em Copenhague, e ser costurada com os representantes do resto do mundo. O acordo que possivelmente sairá na Dinamarca tem que ser aprovado por consenso.
(Por Daniela Chiaretti, Valor Econômico, 28/01/2009)