O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Marco Antonio Raupp, o vice-presidente Otávio Velho e o diretor de popularização da ciência do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Ildeu Moreira, são alguns dos nomes que se tornaram sócios fundadores do Museu da Amazônia (Musa).
A Associação sem fins lucrativos foi constituída na última quinta-feira (22/01), na sede administrativa do museu, no bairro Morada do Sol, em Manaus. O atual coordenador do Musa, o físico Ennio Candotti, foi eleito por aclamação diretor presidente da Associação.
A associação terá a função de normatizar o funcionamento do Museu com a escolha dos conselhos responsáveis pelo setor administrativo e técnico. “Como um empreendimento público privado, a instalação da associação é uma determinação jurídica que dará agilidade técnica e propiciará maior eficácia para o funcionamento do museu no que diz respeito à sua implantação, organização e a construção de estratégias de financiamento voltadas a captação de recursos financeiros”, informou o secretário executivo da Sect, Marcílio de Freitas.
No evento, também estiveram presentes o secretário de C&T do Amazonas, José Aldemir de Oliveira, a reitora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Marilene Corrêa, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, além de membros da diretoria da SBPC e representantes da comunidade científica do Amazonas.
Para o secretário José Aldemir, a Amazônia – e especialmente Manaus, que é uma das capitais mais importantes da região – necessitava de uma instituição de divulgação para articular o conhecimento cientifico e o saber social.
“A idéia de um museu vivo retoma uma proposta recorrente na comunidade científica que vem desde o século 19, quando tivemos um jardim botânico. Então é uma instituição que vai gerar novos conhecimentos sobre a floresta, que vai possibilitar a criação de conhecimento na área tecnológica que nos permita compreender a natureza. O seu caráter de direito privado é importante, pois mais do que um projeto de governo, é um projeto da sociedade”, disse.
Para Ennio Candotti, um dos principais entusiastas do projeto, a diferença do museu vivo está justamente em mostrar a natureza vibrante, como ela é. “Enquanto os museus europeus levam pedaços da floresta como amostras para um ambiente fechado, nós vamos fazer o caminho inverso, levar um museu para dentro da floresta”, defendeu.
Infraestrutura
O museu será instalado numa área compreende a Reserva Florestal Duque e uma faixa territorial que liga a Reserva com o igarapé do Puraquequara. O projeto de delimitação física de 110 km2 já está em elaboração. Numa segunda etapa o projeto prevê a instalação de 20 torres de observação e de experimentos acima do topo da floresta; trilhas e passarelas; aquários; e sistemas de captação de imagens e sons funcionando em tempo real durante 24 horas para captar os ciclos da vida, da flora e da fauna.
As informações coletadas serão disponibilizadas em laboratórios temáticos. A previsão é de que, nos próximos quatro anos, 1 milhão e 500 mil pessoas visitem o local, gerando 1.500 novos empregos especializados. A previsão orçamentária para 2009/2110 é de R$ 2 milhões. O empreendimento tem apoio da SECT, Fapeam, Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Finep, UEA, Inpa e CNPq.
(Jornal da Ciência, com informações da Assessoria de Comunicação da SECT-Am, INPA, 27/01/2009)