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praias de sp
2009-01-27

Praia com água e areia limpa é um sonho de todo o brasileiro em férias. E um pesadelo para prefeituras do litoral e ONGs ligadas ao meio ambiente, que têm trabalho dobrado durante a temporada, principalmente em regiões de grande concentração urbana como os litorais paulista e fluminense.

Na luta por menos lixo, vê-se nas praias uma guerrilha multiestratégica. Em Santos, enquanto banhistas aproveitam o mar, dois catamarãs retiram diariamente da orla o lixo flutuante trazido pela maré. Em Ilhabela, distribuem-se cartilhas aos recém-chegados turistas de cruzeiros. Em Cabo Frio, região dos lagos do litoral carioca, ambulantes e proprietários de tendas instaladas na praia integram grupo de discussão sobre conscientização ambiental.

Em São Sebastião, os monitores do Instituto Terra e Mar entregam sacos de papel aos banhistas sugerindo que levem seu lixo quando forem embora. No Rio, o Instituto Ecológico Aqualung arregimenta voluntários de todas a idades para recolher lixo das areias de diversas praias em campanhas, algumas internacionais, que acontecem quatro vezes ao ano.

Mas por quê tanto lixo? Antigamente os garis da limpeza pública varriam a faixa de areia uma vez por dia. E eles hoje fazem seu trabalho duas vezes por dia - e não é suficiente. Esgoto não tratado, moradias irregulares, excesso de turistas, crescimento desordenado são algumas pistas que levam ao quadro atual.

Para encontrar uma resposta precisa, especialmente para a questão da balneabilidade, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo está fazendo um Zoneamento Ecológico Econômico do Litoral, compreendendo 155 praias. Em abril, quando o estudo estiver concluído, serão conhecidas as origens da poluição e as medidas a serem tomadas.

Independente do dignóstico que virá, cada prefeitura já adota um combinado de estratégias para limpar suas praias. Santos é talvez a única prefeitura do Brasil a possuir um laboratório de análises da água do mar. Durante a temporada, há monitoramento diário. Embora o balneário possua coleta regular em 98% da rede de esgotos, há ligações irregulares que afetam a qualidade da água. "Esse é um trabalho de longo prazo, que não tem a ver com renda, mas com educação ambiental", diz o secretário do Meio Ambiente de Santos, Flavio Rodrigues Corrêa.

Mesmo com tecnologia de ponta para análise de água, os catamarãs para coleta de lixo flutuante e as lixeiras ao alcance da mão, foram necessárias apenas algumas horas, na noite de réveillon, para que fossem acumuladas 73 toneladas de lixo das praias santistas. E Santos é apenas um exemplo de como a população precisa conscientizar-se. Outro exemplo emblemático é orla carioca - de onde foram recolhidas 684 toneladas de lixo e detritos na mesma data.

O recém-empossado Secretário de Meio Ambiente do Guarujá, Elio Lopes dos Santos, aumenta o grupo daqueles que pensam que o principal problema é a ausência de educação ambiental. Mas sua primeira providência prática é combater cerca de 60% de ligações irregulares de esgoto. "Pretendo fechar um acordo com a Sabesp na operação ´caça-esgoto´. Isso dimunuirá significativamente a poluição das águas", diz.

No litoral Norte de São Paulo, a secretária municipal do Meio Ambiente de Ilhabela, Maria Cristina Hirakawa, almeja incluir a disciplina da educação ambiental no currículo do ensino fundamental da ilha. Mas em mesmo nível de prioridade precisa atacar o problema do lixo (800 toneladas mensais, que podem dobrar durante a temporada), que viaja 150 quilômetros em balsa e caminhão para chegar a um aterro sanitário em Tremembé, e o problema de esgotos - 95% não tratados.

Até 2005, a cidade de Cabo Frio, na região dos lagos fluminense, além de belas praias tinha mais de 160 tendas e quiosques alguns em estrutura de alvenaria construídos na areia. "As praias, por mais que se queira impedir, são um enorme mercado. Mas é preciso regulamentar", adverte Márcio Beranger, diretor da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Atualmente, as barracas, em número inferior a cem, são removidas todos os dias. E desde então, o governo tem estabelecido o diálogo com os ambulantes e quiosqueiros no sentido de sensibilizá-los à educação ambiental e aos cuidados com a higiene dos alimentos.

Não é permitida a comercialização de alimentos que necessitem o uso de palitinhos, nem aqueles que exijam óleo, duas fontes de poluição da areia. "Daremos continuidade às ações de conscientização junto aos quiosqueiros e ambulantes, através de cursos com o apoio do Ministério do Turismo. Além disso, vamos condicionar a renovação das licenças de funcionamento à adoção dos cuidados com o meio ambiente e com a higiene dos alimentos".

A cidade de 160 mil habitantes - e o triplo durante a temporada - vai desenvolver um projeto piloto de coleta seletiva a partir deste ano. O município deverá ainda construir um centro de reciclagem de lixo.

(Por Andréa Licht, Valor Econômico, 27/01/2009)


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