A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) registrou indícios de foco de maré vermelha, no bairro Ribeirão da Ilha, no Sul da Ilha de Santa Catarina.
Como medida preventiva, a Vigilância Sanitária, por orientação da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (Seap) e da Epagri, determinou que não se faça a comercialização de ostras, mexilhões, berbigões, vieiras, camarões e siris produzidos no bairro.
A medida é válida para moluscos colhidos a partir da última sexta-feira, dia 23. Amostras foram coletadas e foram enviadas para análise nos laboratórios da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Os resultados tinham previsão de ficarem prontos na noite de ontem.
Segundo João Guzenski, coordenador de maricultura da Epagri, o problema pode não ter afetado apenas os moluscos de cultivo. De acordo com ele, o molusco do costão também pode estar contaminado. Neste caso, toda a cadeia marinha poderá estar contaminada, ou seja, siris, caranguejos e peixes herbívoros.
A notícia de uma possível ocorrência de maré vermelha causa apreensão nos produtores, que temem novos prejuízos. Em abril do ano passado, a Ilha de Santa Catarina e parte do Litoral foram atingidos pelo fenômeno.
Na época, a venda foi suspensa por quase um mês. Os produtores, revendedores e restaurantes que trabalham no setor tiveram sérios prejuízos. Mesmo após a liberação da venda, os consumidores ficaram receosos e a situação demorou a se normalizar.
A maré vermelha se dá pela floração de microalgas que liberam toxinas nocivas à saúde humana. Estas toxinas são filtradas pelos moluscos. O consumo de moluscos contaminados pode causar distúrbios gastrointestinais, vômito, náusea, diarreia e dores abdominais.
(Diário Catarinense, 27/01/2009)