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desmatamento da amazônia amazônia siderúrgicas
2009-01-27
Segundo informações do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), do Ministério de Minas e Energia, até agora, houve muita especulação e pouca notícia concreta quanto aos efeitos danosos da crise financeira mundial aos projetos de mineração na Amazônia.  O órgão se justifica apontando fatores esquecidos da desaceleração econômica que pendem para o otimismo, como a depreciação cambial e a estrutura de caixa de algumas mineradoras, que soam como garantia em meio às atuais incertezas.

De acordo com o DNPM, em nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins), no ano de 2007, dos 3.666 requerimentos protocolados, houve 498 (13,59%) renúncias e/ou desistências, sendo que, em 2008, do total de 5.201 requerimentos protocolados, houve 735 (14,14%) renúncias e/ou desistências.  "Até o momento, comparando-se os anos de 2007 e 2008 a variação do número de renuncias e desistências foi de apenas 0,55%", concluiu com otimismo a análise do órgão sobre o panorama atual da mineração na Amazônia.

Para o diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Rinaldo César Mancin, a crise financeira atual não afetará investimentos em mineração na Amazônia, principalmente, no estado do Pará.  Segundo ele, o que deverá acontecer é apenas a dilatação dos prazos para esses investimentos, que são da ordem de 23 bilhões de dólares, anunciados antes da crise.

"Os investimentos que aconteceriam em 2009 foram prorrogados para 2010", explicou.  A Vale do Rio Doce anunciou ajustes para se adequar ao cenário de desaceleração do crescimento da economia global, e paralisou algumas produções de minérios de menor qualidade, localizadas no sistema Sul e Sudeste e no estado de Minas Gerais.  No Pará, a produção de caulim para revestimento de papel teve uma redução de 30% da capacidade nominal de fabricação, devido à diminuição da demanda pelo produto.

O Ibram declarou em janeiro que os investimentos para expandir ou abrir novas minas no Brasil devem atingir US$ 57 bilhões nos próximos quatro anos, superando a previsão anterior de US$ 42 bilhões.  No topo da lista dos setores que receberão investimentos no período entre 2007 e 2011 está o de minério de ferro, seguido por níquel e alumínio, informou o instituto na quinta revisão feita em dois anos de suas estimativas.

A Vale, maior mineradora de ferro do mundo, é a principal produtora no mercado local, mas companhias internacionais grandes e pequenas também estão presentes no Brasil.  Especialistas em mineração dizem que a maior parte dos próximos investimentos será direcionada à expansão da capacidade para atender à demanda do mercado internacional.

De acordo com o DNPM, a crise trouxe como conseqüências para a atividade mineradora mundial, principalmente, o descompasso entre oferta e demanda, exigindo o ajuste das produções, e a incerteza quanto à recuperação da produção de aço.  Este fator tem levado desconfiança às negociações para os preços do minério de ferro.

Entraves à exploração mineradora na Amazônia
O DNPM aponta como maior limitante à atração de investimentos em exploração mineral na Amazônia a pobreza de conhecimento geológico da região.  Antes de investir na mineração, que é uma atividade de alto risco, longo tempo de maturação, custos elevados e tecnologia sofisticada, as companhias exigem estudos detalhados sobre o potencial da área a ser explorada.

De acordo com o Controle de Áreas do 8º Distrito do DNPM, há grande disparidade entre o conhecimento cartográfico, geológico e geofísico básico que se tem da Amazônia e aquele acumulado sobre as demais regiões do território brasileiro e outros países com elevado potencial mineral.

Cerca de 80% do território da Amazônia Legal, território coberto por floresta equatorial úmida, tem o potencial dos recursos minerais de seu subsolo desconhecido por insuficiência do mapeamento geológico básico e das pesquisas minerais até hoje realizados no local.  Os estudos existentes, segundo o DNPM, foram elaborados na década de 70 sob o nome: Levantamento de Recursos Naturais do Projeto RADAMBRASIL.

Outro fator que prejudica a exploração mineradora na região, segundo o departamento, é a limitação da infra-estrutura em geral, e, na Amazônia, a viária em particular.  No entanto, para o DNPM, a demora para a concessão de licenciamentos ambientais federais e estaduais é o maior entrave à exploração mineral na região hoje, sendo motivo de grande preocupação por parte das empresas concessionárias de direitos minerários junto ao órgão.  Tais companhias, ainda que obtenham autorização para pesquisas no DNPM/MME, não conseguem iniciar seus trabalhos no campo por falta de licença ambiental para tanto.

Áreas Indígenas (AI) ocupam 1.200.000 Km2 e Unidades de Conservação (UC) envolvem 1.100.000 Km2, totalizando mais de 46% da superfície da Amazônia Legal brasileira.  Na atualidade, antes de qualquer investimento em pesquisa e exploração mineral no território amazônico, necessariamente são avaliados não só os elevados custos de implementação da atividade, mas também, seus riscos ambientais.

A Companhia Vale do Rio Doce
Como empresa privada, a CVRD passou a atuar internacionalmente e opera hoje em 16 países de cinco continentes.  Ainda que tenha controle majoritário governamental, a CVRD deixou de ter compromisso prioritário para com o desenvolvimento da Amazônia, como nas primeiras décadas de sua existência, e hoje tem como meta o maior lucro possível para seus acionistas, fazendo-se presente globalmente onde estão os maiores depósitos e a maiores oportunidades de lucro, como toda e qualquer multinacional.  Atualmente a CVRD investe em exploração mineral no exterior, recursos da mesma ordem que investe no Brasil, onde tem atuação dominante na Província Mineral de Carajás.

A Companhia informou que seu Conselho de Administração aprovou orçamento de investimentos de US$ 14,2 bilhões para 2009, que serão dedicados à sustentação das operações existentes e à promoção do crescimento por meio de pesquisa, desenvolvimento e execução de projetos em diversos segmentos de seu portfólio de ativos.  A companhia diz, a respeito do choque financeiro e de suas repercussões negativas sobre a economia real, que continua confiante nos fundamentos de longo prazo dos mercados de minérios e metais.

Desistências em projetos de mineração pós-crise
Diante do pessimismo do cenário mundial, a mineradora Rio Tinto anunciou o adiamento de investimentos numa mina de ferro em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, da ordem de US$ 2,15 bilhões.  Anunciou também a demissão de mais de 13 mil funcionários pelo mundo, entre outras medidas para diminuir os efeitos do declínio das commodities no mercado mundial.

O grupo Anglo American anunciou também, em janeiro, que os investimentos da companhia serão reduzidos a menos da metade em 2009, para "conservar a saúde financeira da companhia" em tempos de preços baixos para seus produtos.  A decisão da quarta maior mineradora do mundo deverá ter impactos à Anglo Ferrous, empresa surgida da aquisição de parte da MMX Mineração.

O grupo indiano Essar divulgou a obtenção de autorização para a lavra numa área de 7,8 mil hectares no estado do Amapá, voltada à exploração de minério de ferro, manganês e cromo.  A exata localização do projeto não foi divulgada, embora a nota mencione que a atividade deve se localizar a 150 quilômetros do porto de Santana, em Macapá.  Os minérios dali extraídos deverão abastecer uma siderúrgica em Trinidad e Tobago, no Caribe.  Antes da produção, contudo, a Essar pretende fazer uma pesquisa geológica na área, que deve levar entre seis e oito meses, segundo estimativas.

A mineradora New Gold Inc também anunciou a suspensão da atividade mineradora em Amapari no estado do Amapá, por conta dos altos custos da produção.  A empresa atualmente prepara um estudo econômico do potencial lucrativo de Amapari, com previsão para ser concluso no primeiro trimestre de 2009.

Teck Cominco uma das grandes mineradoras e produtoras do mundo de ouro, cobre e zinco, mesmo com os excepcionais preços do ouro no mercado, fechará suas portas no Brasil em fevereiro.  Como causa para a desistência do projeto a companhia apontou a crise financeira de 2008, que a levou a contrair débito elevado decorrente da aquisição de Fording Canadian Coal Trust, responsável por sua transformação na segunda maior produtora de coque de alta qualidade do mundo.

(Amazonia.org.br, 27/01/2009)

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